CICLOS DE APRENDIZAGEM NO DISTRITO FEDERAL: O FLUXO ESCOLAR NO PERÍODO DE 2014 A 2019
DOI:
https://doi.org/10.5380/jpe.v16i1.83723Palavras-chave:
Educação, Ciclos de aprendizagem, Fluxo escolar, Distorção idade-série/ano, Internalização da exclusão.Resumo
Em 2005, o Distrito Federal (DF) iniciou a implantação do sistema de ciclos de aprendizagem. Em 2017, a implementação passou a ser obrigatória em todo o Ensino Fundamental como previsto no Plano Distrital de Educação (2015-2024), meta 2. Essa realidade suscita o questionamento “houve alteração do fluxo escolar após a implantação do ciclo nos anos iniciais e finais em escolas públicas do DF no período de 2014 a 2019?”. Assim, este artigo objetiva analisar o sistema de ciclos de aprendizagem do Ensino Fundamental no DF para compreender suas implicações no fluxo escolar. De abordagem qualitativa, descritivo-analítica a discussão se dá pelos dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) referente ao DF. Os resultados indicam que a mudança da lógica seriada para a ciclada alterou as taxas de retenção que passaram de 12,7% em 2014 para 6,7% em 2019 e a distorção idade-série/ano foi de 22,4% em 2014 para 18,4% em 2019. No entanto, apesar da redução de 6 pontos percentuais na retenção, a distorção idade-série/ano é preocupante, podendo sinalizar fragilidades na aprendizagem, corroborando a internalização da exclusão nas escolas.
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