n. 2 - SELEÇÃO DE DIRETORES DE ESCOLA COMO DEMANDA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL: A AGENDA DISSONANTE DA POLÍTICA NO RIO DE JANEIRO

Autores

  • Marcela Moraes de Castro Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Daniela Patti do Amaral Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.5380/jpe.v13i0.61277

Palavras-chave:

Seleção de diretores, Participação, Movimento estudantil

Resumo

Este artigo discute a participação da comunidade escolar no processo de seleção de diretores de escolas públicas como pressuposto de uma escola democrática. A alteração da agenda da política educacional do estado do Rio de Janeiro (RJ), reestruturada a partir do movimento dos estudantes secundaristas em 2016, se constitui como objeto de estudo. A análise assume como ponto de partida a promulgação da Lei Estadual nº 7.299 (ALERJ, 2016) que disciplina a seleção de diretores escolares no estado, no atravessamento com outros ordenamentos legais que indicam tal procedimento. O ciclo de políticas (BALL, 1994) se constitui como referencial teórico-metodológico no diálogo com Mouffe (2005, 2015) e Mouffe e Errejón (2016) que analisam a prática da política democrática e Amaral (2016, 2018) e Lima (2018) que discutem a gestão democrática nas escolas e assumem a participação da comunidade como elemento constituinte de tal opção política. Consideramos que, se o movimento dos estudantes secundaristas impulsiona no estado do RJ o redesenho da política, há o reconhecimento destes atores sociais como demandantes de políticas públicas, e que os texto legais consolidados se constituíram como elementos de força no processo do reordenamento da agenda da política educacional do estado.

Referências

AMARAL, Daniela Patti. Gestão democrática: questões sobre a gestão escolar em escolas públicas no Brasil e em Portugal. Rev. Trabalho, Política e Sociedade, Rio de Janeiro, v.1, p.77-94, Jul./Dez. 2016.

AMARAL, Daniela Patti. Participação da comunidade na seleção de diretores de escolas públicas no Rio de Janeiro. 2018, (no prelo).

BALL, Stephen. Education Reform: a critical and post-structural approach. London: Open. University Press, 1994.

BOWE, R.; BALL, S.; GOLD, A. Reforming education & changing schools: case studies in policy sociology. London: Routledge, 1992

LIMA, Licínio Carlos. Administração Escolar: estudos. Porto, Portugal: Porto Editora, 2011.

LIMA, Licínio C. Entrevista. Movimento-Revista de Educação, Niterói, ano 8, n.8, p.244-256, jan./jun. 2018a.

LIMA, Licínio C. Por que é tão difícil democratizar a gestão da escola pública? Educar em Revista, Curitiba, Brasil, v. 34, n. 68, p. 15-28, mar./abr. 2018.

MAINARDES, J. Abordagem do ciclo de políticas: uma contribuição para a análise de políticas educacionais. Educação & Sociedade. Campinas, vol. 27, n. 94, p. 47-69, jan./abr. 2006.

MAINARDES, J.; MARCONDES, M. I. Entrevista com Stephen J. Ball: um diálogo sobre justiça social, pesquisa e política educacional. Educação & Sociedade, Campinas, v. 30, n. 106, 2009.

MAINARDES, Jefferson e GANDIN, Luís Armando. A abordagem do ciclo de políticas como epistemetodologia: usos no Brasil e contribuições para a pesquisa sobre políticas educacionais. In: TELLO, César, ALMEIDA, Maia de Lourdes. Estudos epistemológicos no campo da pesquisa em política educacional. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2013.

MOUFFE, Chantal. Sobre o político. Trad. Fernando Santos. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2015.

MOUFFE, Chantal; ERREJÓN, Íñigo. Construir pueblo. Hegemonía y radicalización de la democracia. 2ed. Barcelona: Icaria, Más Madera en profundidad, 2016.

OLIVEIRA, Ana Cristina Prado de; CARVALHO. Gestão escolar, liderança do diretor e resultados educacionais no Brasil. Rev. Brasileira de Educação v. 23 e230015, 2018.

SOUTO, Ana Luiza Salles. Juventude e participação. In: NOVAES, Regina; VENTURI, Gustavo; RIBEIRO, Eliane; PINHEIRO, Diógenes (org.). Agenda Juventude Brasil: leituras sobre uma década de mudanças. Rio de Janeiro: UNIRIO, 2016.

Legislações Consultadas

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: DF: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br >. Acesso em: 25 Jun. 2017.

BRASIL. Lei 13.005/2014. Aprova o Plano Nacional de Educação 2014-2024. Câmara dos Deputados, Edições Câmara, Série Legislação, n.125, Brasília, 2014. 86p.

RIO DE JANEIRO (Município). Lei orgânica revista e ampliada. Rio de Janeiro, RJ, 2010.

RIO DE JANEIRO (Município). Lei no 6362/2018. Aprova o Plano Municipal de Educação. Rio de Janeiro, RJ, 2018.

RIO DE JANEIRO (Estado). Constituição estadual. Rio de Janeiro, 2016.

RIO DE JANEIRO (Estado). Lei nº 7299 de 03/06/2016. Dispõe sobre o estabelecimento de processos consultivos para a indicação de diretores e diretores adjuntos das instituições de ensino integrantes da rede da Secretaria de Estado de Educação e da Fundação de Apoio à Escola Técnica - FAETEC. Rio de Janeiro, 2016.

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO - SME. Resolução nº 20 de 29/09/2017. Dispõe sobre o processo consultivo de seleção de gestores das unidades escolares da rede pública do sistema municipal de ensino da cidade do Rio de Janeiro.

SEEDUC - SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO. SEEDUC. Resolução SEEDUC Nº 5479 de 10 de outubro de 2016. Regulamenta o processo consultivo para a indicação de diretores e diretores adjuntos das instituições de ensino integrantes da rede da secretaria de estado de educação.

Downloads

Publicado

2019-01-03

Como Citar

de Castro, M. M., & Amaral, D. P. do. (2019). n. 2 - SELEÇÃO DE DIRETORES DE ESCOLA COMO DEMANDA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL: A AGENDA DISSONANTE DA POLÍTICA NO RIO DE JANEIRO. Jornal De Políticas Educacionais, 13. https://doi.org/10.5380/jpe.v13i0.61277

Edição

Seção

Artigos