n. 4 - POLÍTICAS DE DISTRIBUIÇÃO MASSIVA DE LAPTOPS EDUCACIONAIS NO BRASIL E EM PORTUGAL: ENTRE O GLOBAL E O LOCAL
Resumo
O entusiasmo pelas tecnologias paira no ideário “reformador” e “modernizador” dos discursos pedagógicos e das políticas educacionais desde o início do século XX. Com o advento das tecnologias de informação e comunicação, diversos países intensificaram ações de inserção de tecnologias digitais nas escolas, na tentativa de solucionar os mais diferentes problemas. Nesse ensaio teórico, buscamos problematizar as políticas de inserção de tecnologia baseadas no formato “1:1” (um computador por aluno) no seguinte sentido: o que tem mobilizado países como Brasil e Portugal a adotarem políticas massivas de distribuição de laptops educacionais, mais especificamente os programas ProUCA e e-escolinha? Utilizamos como material empírico documentos relativos aos programas, tais como: leis, decretos, orientações, relatório de contas, informações em sites etc. Partindo de autores do campo da sociologia das políticas educacionais, sobretudo Stephen Ball e Roger Dale, consideramos que as políticas de inserção de tecnologia no formato “1:1” demandam de políticas transnacionais, externas aos países e seus territórios, que veem na educação um “grande negócio” e os Estados Nação seus consumidores, tornando a própria formulação da política educativa um produto comercializável, em especial para países periféricos, mobilizados pela ideia de que tais programas são capazes de resolver problemas educacionais e sociais diversos. No entanto, entendemos que essas políticas são traduzidas e interpretadas nos contextos nacionais e locais, não devendo ser analisadas como simples transposição.
Palavras-chave
Políticas Educacionais; Tecnologias Digitais; Um Computador por Aluno; Agenda Globalmente Estruturada para Educação; Mercantilização da Educação.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/jpe.v11i0.47760