A postura docente e os ciclos de aprendizagem em São Paulo
Resumo
A partir da análise de pesquisas sobre as propostas de ciclos e progressão continuada no Brasil, foi realizado um estudo de caso em uma escola da rede pública municipal de São Paulo ao longo do ano letivo de 2006. Esta pesquisa teve como objetivo revelar a postura dos docentes a partir de suas práticas e das reflexões que fazem sobre seu trabalho, inserido num contexto de ciclos. O trabalho de campo realizou-se por meio de observação participante, análise documental e de entrevistas semiestruturadas com sete professoras do primeiro ciclo do ensino fundamental. Verificou-se que os docentes, a despeito de serem em geral contrários à proposta, têm ao longo dos anos mudado a postura em relação aos alunos diante das novas realidades criadas pelos ciclos, reconstruindo suas práticas como forma de adaptar antigas concepções de ensino à estrutura que foi gerada. Essas mudanças partem da necessidade de atender aos alunos com dificuldades de aprendizagem, incluídos no sistema de ensino a partir da implantação do regime de ciclos. Aanálise revela que as condições de trabalho não têm contemplado demandas importantes como a formação docente, a participação da comunidade escolar, a articulação do trabalho coletivo e a criação de instrumentos de apoio aos alunos nosdiferentes anos do ensino fundamental.
Palavras-chave
Ciclos; trabalho docente; educação pública; ensino fundamental; políticas públicas.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/jpe.v3i5.17348