OS MAPAS JORNALÍSTICOS SOBRE AS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA:
UMA NARRATIVA MIDIÁTICA SOBRE A OCUPAÇÃO POLICIAL E MILITAR DE FAVELAS NO RIO DE JANEIRO
DOI:
https://doi.org/10.5380/geografar.v19i2.96743Palavras-chave:
Mapas jornalísticos, favela, Unidade de Polícia Pacificadora.Resumo
O objetivo deste artigo é divulgar os resultados da pesquisa sobre o conjunto de 51 mapas publicados no jornal O Globo sobre as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) entre os anos de 2009 e 2016. As UPPs, implementadas em 2008 como uma política de segurança pública no Rio de Janeiro, foram amplamente criticadas por diversos trabalhos acadêmicos devido a casos de violência policial e interesses econômicos associados à valorização imobiliária e grandes eventos esportivos. O estudo foca na análise dos mapas e do contexto discursivo em que estão inseridos, problematizando a representação da favela pela mídia hegemônica pelo viés do crime e da violência. A pesquisa envolveu a coleta sistemática de notícias e mapas no acervo do jornal, gerando dados quantitativos que revelaram padrões na utilização dos mapas no noticiário sobre as UPPs. Na análise qualitativa, baseada nos pressupostos teóricos e conceituais da cartografia crítica, buscou-se interpretar os silêncios e hierarquias visuais destes mapas a partir dos seus elementos pictóricos decorativos e símbolos cartográficos figurativos. Os resultados indicaram que o discurso de guerra associado às UPPs impulsionou a publicação de mapas nas páginas do referido jornal, indicando também uma mudança na forma de representação das favelas em mapas jornalísticos, que passaram de áreas associadas ao crime e às facções criminosas para zonas de intervenção estatal com forte presença policial. O presente trabalho produz um ponto de vista acadêmico sobre como veículos midiáticos de grande porte se apropriam de mapas para construir narrativas espaciais sobre territórios historicamente criminalizados e estigmatizados.
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