ASPECTOS POLÍTICOS DA TEORIA DE FLÁVIO VILLAÇA: O PROGRESSISMO URBANÍSTICO EM TEMPOS DE ABERTURA DEMOCRÁTICA
DOI:
https://doi.org/10.5380/geografar.v16i2.78235Palavras-chave:
Planejamento Urbano, Plano Diretor, Nova República, Setor ImobiliárioResumo
Ainda que de modo nem sempre imediato, as reflexões de Flávio Villaça sobre as cidades brasileiras guardam certa relação com o ambiente político de seu tempo – sobretudo o tempo histórico que se inicia a partir da abertura democrática. Levando em conta os aspectos teóricos de sua obra, como fossem subjacentes aos escritos mais políticos sobre o Planejamento Urbano no Brasil, pode-se dizer que as reflexões do autor se orientam, como um todo, para o seguinte lema: distribuir de modo menos desigual as mercadorias-localização. A teoria soma-se, então, àquilo que estamos chamando de “progressismo urbanístico”: o campo de forças que se abriu no planejamento urbano brasileiro, em especial nas prefeituras de esquerda daquele fim de século, com destaque para a experiência paulista de 1989-92. Tais experiências podem ser aqui entendidas como uma tentativa de politizar os instrumentos de mercado, combinando, grosso modo, a seguinte estrutura: a criação de fundos públicos angariados mediante captura de recursos imobiliários, destinados de modo geral à democratização do mercado habitacional. A formação de um complexo “teoria e prática” revela, por sua vez, que pensamento e política corriam sob os mesmos trilhos: combater a injustiça social por meio dos mecanismos de mercado. Em se tratando de uma teoria marxista – a de Villaça, no caso – não é de se surpreender que os impasses que a prática encontrará ao longo da Nova República estivessem, via de regra, antecipados por paradoxos teóricos no interior da obra do autor.
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