A PROSTITUIÇÃO PARA ALÉM DO TROTTOIR NO ZERO KM EM VÁRZEA GRANDE-MT

Autores

  • Sonia Regina Romancini Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT
  • Radamés Quadros Araújo Egresso do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso.

DOI:

https://doi.org/10.5380/geografar.v15i2.68409

Palavras-chave:

Prostituição, Território, Territorialidade, Empoderamento.

Resumo

Este artigo apresenta resultados da pesquisa desenvolvida como dissertação de mestrado na cidade de Várzea Grande/MT, na localidade denominada Zero Km, conhecida por constituir uma área permanente de prostituição, com atividades desenvolvidas 24 horas por dia. Analisamos como se desenvolve a prostituição para além da prática efetiva do trottoir das agentes pesquisadas, refletindo sobre questões como o fenômeno social da Revolução Sexual ocorrida no século XX e as suas reverberações para as mulheres, especialmente, as agentes pesquisadas. Outra importante problemática discutida neste artigo diz respeito à compreensão que as entrevistadas têm a respeito da prostituição em suas vidas, refletindo sobre os papéis relevantes da autoafirmação e da autorreflexão. No decorrer do texto evidenciamos a importância do poder à presente discussão, sendo abordado em relação às territorialidades das prostitutas no cotidiano de trabalho e da formação do território do Zero e em relação ao empoderamento, entendido como a capacidade de compreender a prostituição para além de seus estigmas morais e como um instrumento útil à ascensão econômica/social. As territorialidades que desenvolvem no Zero estão intrínsecas às espacialidades de suas vidas cotidianas; a complementaridade de suas territorialidades e espacialidades ocorre por meio da inter-relação das escalas geográficas global e local, fenômeno que se concretiza ora explícita, ora implicitamente nas práticas espaciais que efetivam. As agentes desta pesquisa não devem ser reduzidas ao espectro da prostituição. Para além do trottoir no Zero, existem mulheres com uma identidade própria, com trajetórias distintas, com diferentes utilizações e considerações acerca da prostituição. Para a realização da pesquisa, utilizamos os resultados obtidos em algumas questões específicas do roteiro de entrevistas, assim como revisão bibliográfica que nos orientou a questionamentos que competiam a nossa problemática e também a complementaridades, como em alguns aspectos enunciados em trabalhos de pesquisadores experientes em temas afins.

Biografia do Autor

Sonia Regina Romancini, Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT

Professora Titular do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso. Possui mestrado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (1996) e doutorado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001). Realizou estágio de Pós-Doutorado em Geografia Humana na Universidade de São Paulo - USP (2011). Tem experiência na área de Geografia Urbana e Geografia Cultural e Social, com abordagens nos seguintes temas: dinâmicas territoriais das cidades mato-grossenses, paisagens culturais, espaço e representações. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. Integrante da rede NEER (Núcleo de Estudos em Espaço e Representações). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Geografia Agrária e Conservação da Biodiversidade (GECA – UFMT/CNPq). 

Radamés Quadros Araújo, Egresso do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso.

Graduado em Geografia Licenciatura e Bacharelado pela Universidade Federal de Mato Grosso. Mestre em Geografia pela mesma Universidade.

Publicado

12/24/2020

Como Citar

Romancini, S. R., & Araújo, R. Q. (2020). A PROSTITUIÇÃO PARA ALÉM DO TROTTOIR NO ZERO KM EM VÁRZEA GRANDE-MT. Revista Geografar, 15(2), 314–335. https://doi.org/10.5380/geografar.v15i2.68409

Edição

Seção

Artigos