Open Journal Systems

PERFIL DOS CASOS DE VIOLÊNCIA INTERPESSOAL E AUTOPROVOCADA NO MUNICÍPIO DE PARANAGUÁ (PARANÁ) DE 2015 A 2018

Larissa Barbosa do Rosario, Glória Letícia Wenceslau Barão Marques, Clóvis Wanzinack

Resumo


Justificativa e objetivos: Diante do aumento de casos de notificação de violência, este trabalho objetiva descrever os 596 casos de violência interpessoal e autoprovocada por meio de notificações no município de Paranaguá, litoral do Paraná, entre 2015 e 2018. Métodos: Trata de um estudo ecológico de serie temporal com análise estatística descritiva dos dados. Resultados: Houve registro de 596 casos de violência. Destaca-se o aumento de 275% nas fichas de notificação de violência interpessoal e autoprovocada no município de Paranaguá. Destes, 414 (69,5%) casos foram contra mulheres e 182 (30,5%) contra homens. A faixa etária mais afetada do sexo masculino foi de 15-19 anos (7,89%), e do sexo feminino foi de 20-29 (15,10%) e 30-39 anos (15,77%). O tipo de violência mais frequente foi a física 485 (54,74%). A maioria das ocorrências foram nas residências das vítimas, com 352 (59,06%) casos. O grau de parentesco com a vítima muda entre os homens e as mulheres. Enquanto os homens são agredidos, em sua maioria, por desconhecidos, 44 (7,12%), as mulheres são agredidas por amigos/conhecidos, 76 (12,30%). Conclusão: a pesquisa mostra a relevância das fichas de notificações devido ao aumento dos casos de violência. É evidente a importância de uma política pública que dê maior visibilidade para os casos de violência interpessoal e autoprovocada, para que medidas mais eficientes possam ser propostas e aplicadas, objetivando melhor atender as ocorrências e prevenir novos casos.

Palavras-chave: Comportamento Agressivo; Epidemiologia; Saúde Pública


Texto completo:

PDF

Referências


ANDRADE, Cinthia Mara et al. Violência interpessoal e autoprovocada: caracterização dos casos notificados em uma regional de saúde do Paraná. Cogitare Enfermagem, v. 25, 2020. http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.63758.

BAHIA, Camila Alves et al. Lesões autoprovocadas em todos os ciclos da vida: perfil das vítimas usuárias de serviços de urgência e emergência nas capitais brasileiras. Ciência & Saúde Coletiva , v. 22, p. 2841-2850, 2017. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.12242017.

BARUFALDI, Laura Augusta et al. Violência de gênero: comparação da mortalidade por agressão em mulheres com e sem notificação prévia de violência. Ciência & saúde coletiva, v. 22, p. 2929-2938, 2017. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.12712017.

BRASIL. Lei n. 12.015, de 7 de agosto de 2009. Brasília, DF, 2009. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm.

BRASIL. Lei Nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Publicado no DOU de 8.8.2006. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm.

BRITO, Ana Maria M. et al. Violência doméstica contra crianças e adolescentes: estudo de um programa de intervenção. Ciência & Saúde Coletiva, v. 10, p. 143-149, 2005. https://doi.org/10.1590/S1413-81232005000100021.

COELHO, Elza Berger Salema et al. Violência: definições e tipologias. Florianópolis: UFSC, 2014. https://bityli.com/LMa0zyn.

LIMA, Jeanne de Souza; DESLANDES, Suely Ferreira. A notificação compulsória do abuso sexual contra crianças e adolescentes: uma comparação entre os dispositivos americanos e brasileiros. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 15, p. 819-832, 2011. https://doi.org/10.1590/S1414-32832011005000040.

MACHIN, Rosana. Nem doente, nem vítima: o atendimento às" lesões autoprovocadas" nas emergências. Ciência & Saúde Coletiva, v. 14, n. 5, p. 1741-1750, 2009. https://doi.org/10.1590/S1413-81232009000500015.

MEIRA, Glaucione de Souza, PAIXÃO, Lúcia Maria Miana Mattos. Violência interpessoal/autoprovocada em mulheres. 3. ed. Belo Horizonte: Prefeitura de Belo Horizonte, 2019. Boletim da Vigilância em Saúde. Ano 9. https://bityli.com/Wb67Tka.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Política nacional de redução da morbimortalidade por acidentes e violências: Portaria MS/GM n.º 737 de 16/5/01, publicada no DOU n.º 96 seção 1E de 18/5/01 / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise de Situação de Saúde. – 2. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2005. https://bityli.com/Uz8IcF9.

MOREIRA, Simone da Nóbrega Tomaz et al. Violência física contra a mulher na perspectiva de profissionais de saúde. Revista de saúde pública , v. 42, p. 1053-1059, 2008. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008005000058.

PALHARES, Marcelo Fadori Soares; SCHWARTZ, Gisele Maria. " Não é só a torcida organizada": o que os torcedores organizados têm a dizer sobre a violência no futebol?. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2015. http://books.scielo.org.

QUEIROZ, Rosana Ataide; CUNHA, Tania Andrade Rocha. A violência psicológica sofrida pelas mulheres: invisibilidade e memória. Revista Nupem, v. 10, n. 20, p. 86-95, 2018. https://doi.org/10.33871/nupem.v10i20.310.

SACRAMENTO, Lívia de Tartari e; REZENDE, Manuel Morgado. Violências: lembrando alguns conceitos. Aletheia, Canoas, n. 24, p. 95-104, dez. 2006. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942006000300009&lng=pt.

SAFFIOTI, Heleieth IB. Já se mete a colher em briga de marido e mulher. São Paulo em perspectiva, v. 13, p. 82-91, 1999. https://doi.org/10.1590/S0102-88391999000400009.

SAFFIOTI, Heleieth IB. Violência contra a mulher e violência doméstica. Gênero, democracia e sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Editora, v. 34, 2002. https://bityli.com/6ksuODj.

SCHRAIBER, Lilia B. lima; D'OLIVEIRA, Ana Flávia PL; COUTO, Márcia Thereza. Violence and health: recent scientific studies. Revista de Saúde Pública, v. 40, p. 112-120, 2006. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000400016.

SILVA, Luciane Lemos da; COELHO, Elza Berger Salema; CAPONI, Sandra Noemi Cucurullo de. Violência silenciosa: violência psicológica como condição da violência física doméstica. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 11, p. 93-103, 2007. https://doi.org/10.1590/S1414-32832007000100009.

SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Violência Interpessoal/Autoprovocada, 2021. http://portalsinan.saude.gov.br/violencia-interpessoal-autoprovocada.

SOUSA, Renata Floriano de. Cultura do estupro-a prática implícita de incitação à violência sexual contra mulheres. Revista Estudos Feministas, v. 25, n. 1, pág. 9-29, 2017. https://doi.org/10.1590/1806-9584.2017v25n1p9.

WANZINACK, Clovis; CRUZ, Viviani Aparecida; SIGNORELLI, Marcos Claudio. Violência homicida e suicida de homens e mulheres no Estado do Paraná: análise retrospectiva entre 2014 e 2017. Revista Latino-Americana de Geografia e Gênero, v. 11, n. 2, p. 168-187, 2020. https://www.revistas.uepg.br/index.php/rlagg/article/view/17084/209209214018.

WANZINACK, Clovis; SIGNORELLI, Marcos Claudio; REIS, Clóvis. Homicidios y determinantes socioambientales de la salud en Brasil: una revisión sistemática de la literatura. Cadernos de Saúde Pública, v. 34, n. 12, 2018. https://doi.org/10.1590/0102-311X00012818.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/diver.v16i2.90439

Apontamentos

  • Não há apontamentos.