PROPOSIÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES
DOI:
https://doi.org/10.5380/diver.v14i1.76114Resumo
O presente artigo objetiva firmar posição sobre a formação inicial de professores, dialogando com proposições para o campo. Para tanto, apoia-se, principalmente, no campo teórico dos Estudos Culturais e fundamenta suas articulações a partir do conceito de cultura – com base nos escritos de Stuart Hall, para quem a cultura é traduzida em produções de significados que nunca se estabelecem sem um campo de luta. Apoiados em seis proposições, transitamos entre a formação em seu formato institucionalizado, sobre suas políticas e a produção da identidade docente promovida por essa formação. São elas: (1) a discussão em relação a profissão docente ser invariavelmente política; (2) a atenção à história da formação docente como possibilidade de continuidade do que já foi produzido e conquistado; (3) a formação para além dos espaços da própria formação inicial de professores; (4) a necessidade do permanente questionamento sobre o papel docente e sua identidade como forma de atuação crítica; (5) a urgência da ocupação de espaços pelos docentes como forma de firmar posições; (6) e, por fim, a argumentação de que universidade e escola precisam ser dois lados da mesma moeda. O principal intento é demonstrar a plasticidade da cultura e, por meio da perspectiva da multiplicidade, produzir resistência às representações que detratam a profissão docente e, atualmente, por meio de um discurso poderoso, o ensino superior, principalmente de caráter público.
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