GRANDES ESPERANÇAS EM UM MUNDO DE INJUSTIÇAS: INTERFACES ENTRE AMARTYA SEN E CHARLES DICKENS
DOI:
https://doi.org/10.5380/rfdufpr.v60i1.37669Palavras-chave:
Amartya Sen. Charles Dickens. Direito e Literatura. Injustiça. Teoria da Justiça.Resumo
O presente ensaio promove uma aproximação entre a Ideia de Justiça de Amartya Sen e a obra-prima Grandes Esperanças, do romancista inglês Charles Dickens, publicada em 1860, lançando luz sobre aproximações e contrapontos entre a teoria de Sen e a vivência dos personagens de Dickens. Essa correlação parte da epígrafe da obra de Sen, que evoca as injustiças sentidas pelo protagonista Pip, de Grandes Esperanças, na abertura de seu projeto de justiça. Para tanto, as dimensões estruturantes da teoria da justiça de Sen serão revisitadas, como um projeto concreto de remoção de injustiças, nas linhas da argumentação racional e da teoria da escolha social, em contraponto a teorias transcendentes. Por sua vez, o universo do menino Pip, de Grandes Esperanças, revelará o complexo caminho desde a inocência infantil à obsessão e esnobismo, com esperanças e frustrações construídas no cenário da Inglaterra vitoriana, de mazelas profundas da pobreza e desigualdade legadas pela Revolução Industrial. Dickens, nesse sentido, é ao mesmo tempo um crítico ácido de seu tempo, engajando-se na transformação social, e um mestre na exploração da dinâmica psíquica das relações humanas. Assim é que se aproximam os autores pelo retrato pungente da injustiça, a demandar a máxima e imediata remoção. Afastam-se, talvez, no convite à reflexão abstrata do justo e do ético em si, bem como do peso dado às instituições. De todo modo, pensar a justiça nesse espaço compartilhado, em que o poder evocativo e o alcance comunicativo das ideias sejam expandidos, coloca-se como exercício enriquecedor em todos os sentidos.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores que publicam na Revista concordam com os seguintes termos:
– os autores mantêm os direitos autorais e transferem à Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons — Atribuição 3.0 Brasil — CC BY 3.0 BR, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e da publicação inicial na Revista;
– os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada na Revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento da autoria e da publicação inicial na Revista;
– qualquer pessoa é livre para compartilhar (copiar e redistribuir o trabalho em qualquer suporte ou formato) e para adaptar (remixar, transformar e criar a partir do trabalho) para qualquer fim, mesmo que comercial, devendo todavia, em qualquer caso, dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas no trabalho original, nos termos da Licença Creative Commons — Atribuição 3.0 Brasil — CC BY 3.0 BR e respeitados a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, e outros normativos vigentes.