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FANTASIA CORAL: O QUE É JULGAR? HANNAH ARENDT E MARTHA C. NUSSBAUM (WITH A LITTLE HELP FROM THEIR FRIENDS)

Helena Guimarães

Resumo


Este artigo, a partir da relação de Arendt e Kafka, especialmente dos escritos da pensadora sobre o aforismo kafkiano “Ele”, confronta-se com uma aporia de cuja mancha se verá marcado até ao fim. Apoiado num único livro, enredado na imaginação de um outro – o terceiro, o que Arendt nunca escreveu –, este trabalho surge e faz-se no desamparo, entre a cumplicidade e a traição. A sua primeira parte centrar-se-á na contextualização, procurando-se esclarecer pressupostos, pontos de
partida comuns que sustentam o que, porque em comum, a um tempo anima o diálogo e o solicita, tentando-se mostrar como a crítica arendtiana dos «argumentos especiosos da Metafísica» é, afinal, sobreponível da crítica de Martha Nussbaum ao utilitarismo. A segunda parte dedicar-se-á à temática do juízo. Anima-a, o que Arendt e  Nussbaum perscrutaram no julgar: uma voz que é muitas vozes, que com elas se troca, que entre elas se afirma, nunca perdendo, por isso, o que é seu e que faz dela voz singular. Com todas, entre todas, singularíssima, como numa fantasia coral.

Palavras-chave


Crítica; Julgar; Hannah Arendt; Martha Nussbaum; Kafka

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rfdufpr.v52i0.30696