Grande estratégia e a agenda de pesquisa em potências médias
Um estudo exploratório do caso brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.5380/cg.v14i2.98873Palavras-chave:
Grande Estratégia, Potências Médias, Brasil.Resumo
No pós Guerra Fria, o conceito de Grande Estratégia, tradicionalmente relacionado apenas às Grandes Potências, vem sendo aplicado também às potências médias, detentoras de menos recursos de poder e limitadas nos meios de implementação de um projeto de poder tão robusto como a Grande Estratégia. A partir dessa constatação, este trabalho pretende realizar um estudo exploratório acerca da literatura de Grande Estratégia para Potências Médias, e para isso se divide em três subtópicos: no primeiro, tem-se como foco o conceito de Grande Estratégia no pós-Guerra Fria, partindo da proposta feita por Kennedy (1991), ; no segundo apresenta-se a discussão mais recente, voltada para o aprofundamento desse novo significado com destaque para o reconhecimento, e em alguns casos, até mesmo a inserção das potências médias como atores produtores de grande estratégia e, por fim, apresenta-se um panorama dos estudos voltados para o Brasil. É constatado, portanto, que o conceito de Grande Estratégia ultrapassa as fronteiras das grandes potências, e apesar das dificuldades de sustentação de um projeto de poder de longo prazo, uma potência média consegue combinar os seus objetivos políticos, econômicos e militares de modo a cumprir e sustentar o seu interesse nacional.
Referências
ALSINA Jr., João Paulo. Ensaios de Grande Estratégia Brasileira. Rio de Janeiro: FGV, 2018.
ALVES, Leonardo P. A Grande Estratégia Brasileira no governo Geisel. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia). Rio de Janeiro: Escola Superior de Guerra, 2022.
BARCELLOS, João Miguel. V. Segurança e Desenvolvimento como fundamento da “Grande Estratégia” do governo Geisel: uma análise geopolítica. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional). Rio de Janeiro: Instituto de Economia, 2016.
BRANDS, Hal. Dilemmas of Brazilian Grand Strategy. U.S. Army War College, 2010.
BRANDS, Hal. What Good is Grand Strategy? Power and Purpose in American Statecraft from Harry S. Truman to George W. Bush. Ithaca: Cornell University Press, 2014.
BRASIL. I Plano Nacional de Desenvolvimento. Brasília, 1971. Disponível em https://bibliotecadigital.economia.gov.br/handle/777/34; Acesso em: 07 ago.2022.
BRASIL. II Plano Nacional de Desenvolvimento. Brasília, 1974. Disponível em https://bibliotecadigital.economia.gov.br/handle/777/24; Acesso em: 07 ago.2022.
DE SWIELANDE, T. S.; VANDAMME, D., WALTON, D.; WILKINS, T. (Eds.) Rethinking middle powers in the Asian century: new theories, new cases. New York: Routledge, 2019.
CARVALHO, André L. V. C. de. Middle powers grand strategy: the case of Brazil from Cardoso to Lula. João Pessoa. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais). Universidade Estadual da Paraíba, 2021.
CASTRO, Therezinha de. Antártica: o assunto do momento. In: SANTOS, M. A. M. Geografia e Geopolítica: a contribuição de Delgado de Carvalho e Therezinha de Castro. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.
CORBETT, Julian Stafford. Some principles of maritime strategy. Good Press, 1911.
FERRES, Virgínia P. A solução do conflito de Itaipu como início da cooperação política argentino-brasileira. São Paulo: Proj. História, 2004.
GADDIS, John L. On Grand Strategy. New York: Penguin, 2018.
GLOSNY, Michael A. The grand strategies of rising powers: Reassurance, coercion, and balancing responses. Boston. Tese de Doutorado. Massachusetts Institute of Technology, 2012.
HOLBRAAD, Carsten. Middle Powers in International Politics. London: Palgrave Macmillan, 1984.
JORDAAN, Eduard. The concept of a middle power in international relations: distinguishing between emergent and traditional middle powers. Politikon, vol. 30, n. 1, p. 165-181, 2003.
KASSAB, Hanna S. Grand strategies of weak states and great powers. New York: Springer, 2018.
KENNEDY, Paul. Grand strategy in war and peace: Toward a broader definition. New Heaven, NY: Yale University Press, 1991.
LAYNE, Christopher. The peace of illusions: American grand strategy from 1940 to the present. Ithaca, NY: Cornell University Press, 2006.
LISSNER, Rebecca F. What Is Grand Strategy? Sweeping a Conceptual Minefield. Texas National Security Review, vol. 2, n. 1, p. 53-73, 2018.
LIMA, Maria Regina S. de. The Political Economy of Brazilian Foreign Policy: Nuclear Energy, Trade and Itaipu. Brasília: FUNAG, 2013.
LIMA, Maria Thereza da Silva Lopes et al. Sobre a Situação Energética Brasileira: De 1970 a 2030. Ciência e Natura, Santa Maria, vol. 37, p. 06-16, 2014.
MACARINI, José Pedro. A Política Econômica do Governo Médici 1970-1973. Nova Economia, vol. 15, n. 3, p. 53-92, 2005.
MACEDO, Marcos. V. A. A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e os seus 40 anos de existência: retrospectiva e perspectivas de integração regional para a sustentabilidade. Tese (Doutorado em Estudos Estratégicos Internacionais). Porto Alegre. Programa de Pós-graduação em Estudos Estratégicos Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2020.
MARTEL, William. C. Grand strategy in theory and practice: the need for an effective American foreign policy. Cambridge, MA: Cambridge University Press, 2015.
MARTINS, Carlos E. A evolução da Política Externa Brasileira na década 64/74. Estudos CEBRAP, n. 12, p. 55-98, 1975.
MILANI, Carlos R. S.; NERY, Tiago. The sketch of Brazil’s grand strategy under the Workers’ Party (2003–2016): Domestic and international constraints. South African Journal of International Affairs, vol. 26, issue 1, p. 73-92, 2019.
MILEVSKI, Lukas. The Evolution of Modern Grand Strategic Thought. Oxford: Oxford University Press, 2016.
MONTENEGRO, Letícia A. Grande Estratégia Brasileira: Análise dos governos Médici e Geisel (1969-1979). Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais). João Pessoa. Universidade Estadual da Paraíba, 2023.
MURRAY, Williamson; SINNREICH, Richard H.; LACEY, James. The Shaping of Grand Strategy: Policy, Diplomacy, and War. Cambrdige, MA: Cambridge University Press, 2011.
OLIVEIRA, Henrique Altemani de. Política Externa Brasileira. São Paulo: Saraiva, 2005.
PINHEIRO, Letícia. Traídos pelo Desejo: Um Ensaio sobre a Teoria e a Prática da Política Externa Brasileira Contemporânea. Contexto Internacional, vol. 22, n. 2, p. 305-355, 2000.
POSEN, Barry; ROSS, Andrew L. Competing vision for US grand strategy. International Security, vol. 21, n. 3, p. 05-53, 1997.
SILOVE, Nina. Beyond the Buzzword: Three meanings of Grand Strategy. Security Studies, vol. 27, n. 1, p. 27-57, 2017.
SOUTO, Cintia Vieira. A política externa do governo Médici (1969-1974): uma nova proposta de inserção internacional para o Brasil. Cena Internacional, vol. 3, n. 1, p. 43-61, 2001.
SOUTO, Cintia Vieira. A Diplomacia do Interesse Nacional: a política externa do governo Médici. 2ed, Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2013.
SPEKTOR, Mathias. Origens e direção do Pragmatismo Ecumênico e Responsável (1974- 1979). Revista Brasileira de Política Internacional, vol. 47, n. 2, p. 191-222, 2004.
TALIAFERRO, J. W.; RIPSMAN, N. M.; LOBELL, S. E. (Eds). The challenge of Grand Strategy. The Great Powers and the Broken Balance between the World Wars. Cambridge, MA: Cambridge University Press, 2013.
TEIXEIRA, R. A; PINTO, E. C. A Economia Política dos governos FHC, Lula e Dilma: dominância financeira, bloco no poder e desenvolvimento econômico. Economia e Sociedade, n. 21 (Número Especial), p. 909-941, 2012.
VIGEVANI, Tullo; CEPALUNI, Gabriel. A Política Externa Brasileira: a busca da autonomia, de Sarney a Lula. São Paulo: UNESP, 2011.
VISENTINI, Paulo Gilberto Fagundes. O Regime Militar e a projeção mundial do Brasil: autonomia nacional, desenvolvimento econômico e potência média (1964-1985). Coimbra: Almedina, 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os editores da Conjuntura Global (ISSN 2317 – 6563) reservam-se o direito de adequar os textos submetidos ao padrão de formatação editorial da revista. Os artigos e resenhas assinados são de responsabilidade de seus autores, não expressando a opinião dos editores da Conjuntura Global.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- A aprovação da produção implica automaticamente a autorização à Revista Conjuntura Global para encaminhamentos pertinentes junto às bases de dados de indexação de periódicos científicos.
