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A política externa do governo Lula para a agenda ambiental: uma análise à luz de teorias de processo decisório

Victor de Matos Nascimento

Resumo


O governo Lula (2003-2011) se iniciou no começo do século XXI, período onde o multilateralismo se ampliava. O governo brasileiro, ciente das possibilidades que este arranjo da ordem mundial oferecia, seguia intensificando sua presença em fóruns multilaterais. Nesse sentido, o meio ambiente se apresentou como uma das principais agendas da política externa do país à época. Este artigo analisa esse período à luz de teorias de processo decisório, articulando empiria e reflexões teóricas para compreender o papel da relação entre as dimensões doméstica e internacional na composição da política externa voltada para a agenda ambiental. É feito um estudo de caso da atuação brasileira na COP 15, uma das principais arenas nesse contexto. Como será demonstrado, as pressões advindas da dimensão doméstica, tendo em vista a multiplicidade de agentes e interesses, foram decisivas para a composição da política externa ambiental, bem como a ordem multilateral e o protagonismo do presidente Lula.

Palavras-Chave: Política externa; Meio ambiente; Processo decisório; Multilateralismo.


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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/cg.v9i2.76367

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