A Posição Brasileira no Sistema Internacional de Estados: Um Breve Exame das Políticas dos Governos Lula, Dilma e Temer
DOI:
https://doi.org/10.5380/cg.v9i1.72149Resumo
O Estado-Nação continua sendo o principal ator das relações internacionais devido ao seu caráter expansivo, por isso se faz necessário o entendimento do Sistema Internacional de Estados (SIE), principalmente em relação as mudanças das relações interestatais que advém com o século XXI. Nessa perspectiva, nota-se o pensamento de um mundo multipolarizado que incluía o Estado brasileiro e outros entes soberanos entre os polos de poder responsáveis por um novo fluxo de poder no SIE. Com isso, o objetivo que aqui se propõe por meio do método dedutivo e pela análise conjuntural a determinar, tanto quanto possível, a posição do Brasil no SIE de 2003 a 2018. Para isso, o artigo ampara-se na concepção de política internacional forjada por José Luís Fiori, principalmente sobre sua hierarquização dos Estados no SIE. O objetivo foi investigado com base na observação das principais políticas aplicadas pelos governos de Luís Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer que impactaram no poder do Estado nacional. Por fim, conclui-se que o Estado brasileiro mantém sua posição periférica, mesmo com as tentativas de se produzir políticas mais autônomas e soberanas diante dos imperativos das grandes potências e às imposições do SIE. Isso se deve ao fato dessas políticas de maior autonomia serem escassas e não terem continuidade por um tempo prolongado até que tenha viabilizado resultados mais consistentes.
Palavras-Chave: Poder; Sistema Internacional de Estados; Brasil.
Referências
AMORIM, C. Por uma identidade sul-americana em defesa. In: AMORIM, C. A grande estratégia do Brasil: discursos, artigos e entrevistas da gestão no Ministério da Defesa (2011-2014). Brasília: FUNAG, 2016. p. 87-100. Disponível em: <http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=786>. Acesso em: 31 mar. 2019.
___________. Uma visão brasileira do panorama estratégico global. Contexto Internacional, Rio de Janeiro, v. 33, n. 2, p. 265-275, dez. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010285292011000200001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 mar. 2019.
___________. Brazilian foreign policy under President Lula (2003-2010): an overview. Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, v. 53, p. 214-240, dez. 2010. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S003473292010000300013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 23 mar. 2019.
___________. Conceitos e estratégias da diplomacia do Governo Lula. Diplomacia, Estratégia e Política, Brasília, v. 1, n. 1, p.41-48, out. 2004. Disponível em: <http://www.funag.gov.br/ipri/images/pdf/Revista_DEP01_Portugues.pdf>. Acesso em: 31 mar. 2019.
ANDERSON, P. O Brasil de Lula. Novos estud. - CEBRAP, São Paulo, n. 91, p. 23-52, nov. 2011. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002011000300002&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 18 Mar. 2019.
BASTOS, P. P. Z; HIRATUKA, C. A política econômica externa do governo Dilma Rousseff: comércio, cooperação e dependência. Texto Para Discussão, Campinas, n. 306 jun. 2017. Disponível em: <http://www.eco.unicamp.br/docprod/downarq.php?id=3535&tp=a>. Acesso em: 09 mar. 2019.
BORELLI, P. C; PERON, A. E. R. Defesa e desenvolvimento no governo Lula: uma convergência possível? R. Esc. Guerra Nav., Rio de Janeiro, v. 2, n. 23, p.481-510, jul. 2017. Disponível em: <https://revista.egn.mar.mil.br/index.php/revistadaegn/article/view/565/471>. Acesso em: 23 mar. 2019.
BRASIL. Defesa. Livro Branco de Defesa Nacional: "versão sob apreciação do congresso nacional (lei complementar 97/1999, art. 9º, § 3º)". Brasília, 2016. Disponível em: <https://www.defesa.gov.br/arquivos/2017/mes03/livro_branco_de_defesa_nacional_minuta.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2019.
_______. Defesa. Livro Branco de Defesa Nacional. Brasília, 2012. Disponível em: <https://www.defesa.gov.br/arquivos/2012/mes07/lbdn.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2019.
CERVO, A. L. Inserção Internacional: Formação dos conceitos brasileiros. São Paulo: Saraiva, 2008.
DWECK, E; TEIXEIRA, R. A. A política fiscal do governo Dilma e a crise econômica. Texto Para Discussão, Campinas, n. 303, jun. 2017. Disponível em: <http://www.eco.unicamp.br/docprod/downarq.php?id=3532&tp=a>. Acesso em: 09 mar. 2019.
ÉPOCA. Apesar de reformas, política externa de Temer fica em 2º plano. Época Negócios. Brasília, p. 0-0. 12 maio 2017. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2017/05/apesar-de-reformas-politica-externa-de-temer-fica-em-2-plano.html>. Acesso em: 09 mar. 2019.
FIORI, J. L. História, estratégia e desenvolvimento: para uma geopolítica do capitalismo. São Paulo: Boitempo, 2014.
__________. Brasil: Geopolítica e desenvolvimento. Carta Maior, Brasília, 31 jul. 2013a. Disponível em: <https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Brasil-geopolitica-e-desenvolvimento/4/28482>. Acesso em: 31 mar. 2019.
__________. Estado e Desenvolvimento na América Latina: notas para um novo "programa de pesquisa". Escritório da CEPAL em Brasília (estudos e Pesquisas). Brasília. 2013b. Disponível em: <https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/37942/1/LCbrsR286_pt.pdf>. Acesso em: 23 set. 2018.
__________. O Brasil e seu “entorno estratégico” na primeira década do século XXI. In: SADER, Emir (Org.). 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma. São Paulo: Boitempo, 2013c. p. 31-52.
__________. Brasil e América do sul: O desafio da inserção internacional soberana. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2011.
__________. O poder global e a nova geopolítica das nações. Critica y Emancipación, v. 2, n. 1, p.157-183, 2009.
__________. A nova geopolítica das nações e o lugar da Rússia, China, Índia, Brasil e África do Sul. Oikos: Revista de economia heterodoxa, Rio de Janeiro, v. 6, n. 8, p.77-106, 2007. Disponível em: <http://www.revistaoikos.org/seer/index.php/oikos/article/view/10/6>. Acesso em: 15 abr. 2018.
__________. Globalização, hegemonia e império. In: TAVARES, M. da C.; FIORI, J. L. (Org.). Poder e dinheiro: Uma economia política da globalização. 5. ed. Petropólis: Vozes, 1998. p. 87-147.
FUCCILLE A., Defesa e política externa para a América do Sul sob Dilma Rousseff (2011-2016): notas dissonantes em torno do projeto petista? In: Congresso da ALACIP, 9., 2017, Montevidéu. Disponível em: <http://www.congresoalacip2017.org/arquivo/downloadpublic2?q=YToyOntzOjY6InBhcmFtcyI7czozNToiYToxOntzOjEwOiJJRF9BUlFVSVZPIjtzOjQ6IjMyNTYiO30iO3M6MToiaCI7czozMjoiZWJmM2RhOWRkNTliNTQ2MzRkZjUwYTRkNTA2ZDhlZTIiO30%3D>. Acesso em: 23 mar. 2019.
GUIMARÃES, S. P. Quinhentos anos de periferia: uma contribuição ao estudo da política internacional. 2 ed. Porto Alegre: Contraponto, 2000.
________________. Desafios brasileiros na era dos gigantes. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.
GULLO, M. La insubordinácion fundante: breve historia de la construcción del poder de las naciones. Caracas: El perro y larana, 2015. Disponível em: <http://www.marcelogullo.com/wp-content/uploads/2016/04/Lainsubordinacion.pdf> Acesso em: 08 jun. 2018.
MELLO, J. M. C. de. A contra-revolução liberal-conservadora e a tradição crítica latino-americana. In: TAVARES, M. da C.; FIORI, J. L. (Org.). Poder e dinheiro: Uma economia política da globalização. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1998. p. 15-24. Prólogo.
NUNES, R C; RODRIGUEZ, V G. A Política Externa Brasileira de Temer-Serra: retração política e subordinação econômica. Boletim de Conjuntura Nerint, Porto Alegre, v. 4, n. 1, p.30-39, jan. 2017. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/nerint/wp-content/uploads/2017/03/POR-Nunes-Rodriguez.pdf>. Acesso em: 09 mar. 2019
PECEQUILO, C. S. Manual do Candidato: Política Internacional. 2. ed. Brasília: FUNAG, 2012. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1929557/mod_resource/content/0/Manual%20do%20Candidato%20%20Pol%C3%ADtica%20Internacional%202%C2%B0%20Edi%C3%A7%C3%A3o%20Atualizada.pdf>. Acesso em: 09 mar. 2019.
TEIXEIRA, R. A; PINTO, E. C. A economia política dos governos FHC, Lula e Dilma: dominância financeira, bloco no poder e desenvolvimento econômico. Economia e Sociedade, [S.l.], v. 21, n. 4, p. 909-941, dez. 2015. ISSN 1982-3533. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8642267/9742>. Acesso em: 18 mar. 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os editores da Conjuntura Global (ISSN 2317 – 6563) reservam-se o direito de adequar os textos submetidos ao padrão de formatação editorial da revista. Os artigos e resenhas assinados são de responsabilidade de seus autores, não expressando a opinião dos editores da Conjuntura Global.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- A aprovação da produção implica automaticamente a autorização à Revista Conjuntura Global para encaminhamentos pertinentes junto às bases de dados de indexação de periódicos científicos.