“Parabéns pra você”: reflexões na quarentena sobre a transição de uma bebê para a creche
DOI:
https://doi.org/10.5380/cra.v21i2.74238Keywords:
Bebês, creche, família, socialização, transição.Abstract
Este artigo pretende oferecer algumas reflexões à Antropologia, ao explorar várias transições de uma bebê e de suas cuidadoras ao longo de seus primeiros dois anos de vida, como parte de um processo de socialização. Há uma forte dimensão de vínculo, uma vez que a autora é tia e madrinha da bebê. A reflexão é baseada em dados discursivos e audiovisuais produzidos pela avó e pela mãe, associados à observação participante. São acionadas teorias contemporâneas acerca da socialização que superam noções clássicas baseadas em continuidade/linearidade. A transição de família para a creche é considerada para demonstrar que o processo de socialização envolve um processo de mão dupla.
References
Abrantes, Pedro. 2011. “Para uma teoria da socialização”. Sociologia - Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, XXI: 121-139. Disponível em http://ojs.letras.up.pt/index.php/Sociolo¬gia/article/view/2229/2064. Acesso em 10 Mar. 2019.
Amorim, Katia de Souza, Telma Vitoria e Maria C. Rossetti-Ferreira. 2000. “Rede de significações: perspectiva para análise da inserção de bebês na creche”. Cad. Pesqui. 109: 115-144. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742000000100006.
Ariès, Philippe. 1981[1973]. História social da infância e da família. Rio de Janeiro: LCT.
Augé, M. 1975. “Introdução ao vocabulário do parentesco”. Pp. 11-72 in Os Domínios do Parentesco. Lisboa: Edições 70.
Berger, Peter e Thomas Luckmann. 2003[1966]. A Construção Social da Realidade. Rio de Janeiro: Vozes.
Campos, Geraldo M. de e Ricardo F. Ferreira. 2007. “A importância da legitimação social na (re) construção da identidade de um alcoolista”. Estud Psicol. 24(2): 215-25. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-166X2007000200008
Cardoso de Oliveira, Roberto. 1996. “O Trabalho do Antropólogo: Olhar, Ouvir, Escrever”. Revista de Antropologia 39(1): 13-37. Disponível em https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/111579/109656. Acesso em 13 Jun. 2017.
Certeau, Michel de. 2014[1990]. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes.
Chamboredon, Jean-Claude e Jean Prévot. 1986[1973]. “O ‘ofício de criança’: definição social da primeira infância e funções diferenciais da escola maternal”. Cadernos de Pesquisa 59: 32-56. Disponível em http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/1305/1308. Acesso em 13 Jun. 2019.
Corsaro, William e Luisa Molinari. 2005. I Compagni: understanding children’s transition from pres¬chool to elementary school. New York: Teachers College Press.
Coutinho, Ângela Maria S. 2010. As ações sociais dos bebês: um estudo etnográfico no contexto da creche. Tese de Doutorado. Instituto de Educação, Universidade do Minho.
Duarte, Luiz Fernando Dias e Edlaine de Campos Gomes. 2008. Três famílias: identidades e trajetórias transgeracionais nas classes populares Rio de Janeiro: Editora FGV.
Elias, Norbert. 2012. “A civilização dos pais”. Sociedade & Estado 27(3): 469- 493. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-69922012000300003
Geertz, Clifford. 1989. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC.
Goffman, Erving. 1985. A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Vozes.
Goodwin, Charles. 2007. “Environmentally Coupled Gestures”. Pp. 195-212 in Gesture and the Dynamic Dimension of Language, ed. S. D. Duncan; J. Cassell & E. T. Levy. Amsterdam: John Benja¬mins.
Gottlieb, Alma. 1998. “Do Infants Have Religion? The Spiritual Lives of Beng Babies.” American Anthropologist 100(1): 122-35. doi: https://doi.org/10.1525/aa.1998.100.1.122
Gottlieb, Alma. 2000. “Where Have All The Babies Gone?: Toward an Anthropology of Infants (and Their Caretakers)”. Anthropological Quarterly 73(3):121-132. doi: https://doi.org/10.1353/anq.2000.0006
Gottlieb, Alma. 2004. The Afterlife is where we come from: the culture of infancy in West Africa. Chi¬cago: University of Chicago Press.
Guattari, Félix. 1985 [1977]. Revolução Molecular: pulsações políticas do desejo. São Paulo: Editora Brasiliense.
Hardman, Charlotte. 1973. “Can there be an Anthropology of Children?”. Journal of the Anthropolo¬gical Society of Oxford IV(2): 85-99. Disponível em: https://www.anthro.ox.ac.uk/sites/default/files/anthro/documents/media/jaso4_2_1973_85_99.pdf. Acesso em 09 Fev. 2017.
Hirschfeld, Lawrence A. 2002. “Why Don’t Anthropologists Like Children?”. American Anthropolo¬gist 104(2): 611-627. Doi: https://doi.org/10.1525/aa.2002.104.2.611.
IBGE. 2019. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Educação 2019. IBGE: Rio de Janeiro. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101736_informativo.pdf. Acesso em 10 Mai. 2020.
INEP. Sinopses Estatísticas da Educação Básica - 2019. 2019. Inep: Brasília. Disponível em: http://download.inep.gov.br/informacoes_estatisticas/sinopses_estatisticas/sinopses_educacao_basica/sinopse_estatistica_educacao_basica_2019.zip. Acesso em 09 Mai. 2020.
Ingold, Tim. 2007. “The social child”. Pp. 112-118 in Human development in the twenty- first century: a dynamic systems approach to the life sciences, ed. A. Fogel, B. King & S. Shanker. Cambridge: Cambridge University Press.
James, Allison. 2013. Socialising children. London: Palgrave Macmillan.
Machado, Igor J. de Renó. 2006. “Sobre bebês e totemismo”. Mana 12(2): 389-418. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-93132006000200006.
Machado, Igor J. de Renó. 2013. “O inverso do embrião: reflexões sobre a substancialidade da pessoa em bebês prematuros”. Mana 19(1): 99-122. doi: https://doi.org/10.1590/S0100-15742008000100008.
Mantovani, Susanna e Nice Terzi. 1998. “A Inserção”. Pp. 173-184 in Manual de Educação Infantil: de 0 a 3 anos uma abordagem reflexiva, ed. A. Bondioli e S. Mantovani. Porto Alegre: Artmed.
Mauss, Marcel. 1973 [1938]. Sociologia e Antropologia. São Paulo: EPU/Edusp.
Mauss, Marcel. 2010 [1937]. “Três observações sobre a sociologia da infância”. Pro-Posições 21(3): 237-244. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-73072010000300014
Mead, Margaret e Frances C. Macgregor. 1951. Growth and culture: a photographic study of Balinese childhood. New York: G. P. Putnam’s Sons New York.
Motta-Maués, Maria Angelica. 2004. “Na ‘casa da mãe’/na ‘casa do pai’: Anotações (de uma antropó¬loga e avó) em torno da ‘circulação’ de crianças”. Revista de Antropologia 47(2): 427-452. doi: https://doi.org/10.1590/S0034-77012004000200003
Pires, Flávia F. e Marina R. Saraiva. 2019. “Enquanto houver bebês, há esperança”. Áltera, 1(8): 09-13. doi: https://doi.org/10.22478/ufpb.2447-9837.2019v1n8.46821
Rocha, Eloisa A. C. e Fernanda Gonçalves. 2015. “A produção científica sobre a educação de be¬bês e crianças pequenas no contexto coletivo da creche”. Poiésis 9(15): 44-62. doi: http://dx.doi.org/10.19177/prppge.v9e15201544-62.
Rosemberg, Fulvia. 2015. “A cidadania dos bebês e os direitos de pais e mães trabalhadoras”. Pp. 162-183 in Creche e feminismo: desafios atuais para uma educação descolonizadora, ed. D. Finco, M. A. Gobbi e A. L. G. de Faria. Campinas: Edições Leitura Crítica; Associação de Leitura do Brasil – ALB; São Paulo: Fundação Carlos Chagas.
Saboya, Maria Clara L. 2001. “O Enigma de Kaspar Hauser (1812?-1833): uma abordagem psicosso¬cial”. Psicologia USP 12(2): 105-117. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-65642001000200007.
Salutto, Nazareth e Anelise M. do Nascimento. 2019. “Onde estão os bebês? reflexões para sua construção conceitual a partir de um debate interdisciplinar”. Áltera 1(8): 14-37. doi: https://doi.org/10.22478/ufpb.2447-9837.2019v1n8.40759
Silva, Angélica A. F. e Fernanda Müller. 2015. “Análise de conteúdo da produção acadêmica em Educação: tendências nos estudos da primeira infância na creche”. Teias 16: 174-189. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/24557/17537. Acesso em 07 Mar. 2020.
Silva, Elenice de B. T. e Vanessa F. A. Neves. 2020. “Os estudos sobre a educação de bebês no Brasil”. Educação Unisinos online 24: 01-19. Disponível em: http://revistas.unisinos.br/index.php/educa-cao/article/view/edu.2020.241.07/6074765 Acesso em 09 Nov. 2020.
Sirota, Régine. 2014. “Anniversaires: le rituel du gâteau”. L’école des parents (611): 28-29. doi: https://doi.org/10.3917/epar.611.0028
Toren, Christina. 2004. “Do Babies Have Culture?”. Anthropological Quarterly 77(1): 167-179. doi: https://doi.org/10.1353/anq.2004.00
Vasconcelos, Cleido R. F. et al. 2003. “A incompletude como virtude: interação de bebês na cre¬che”. Psicol. Reflex. Crit. 16(2): 293-301. doi: https://doi.org/10.1590/S0102-79722003000200009
Vieira, Lívia. M. F. 1988. “Mal Necessário: creches no Departamento Nacional da Criança”. Cader¬nos de Pesquisa 67: 03-16. Disponível em: http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/1215/1220. Acesso em 10 Set. 2020.
Zhu, Jianfeng. 2010. “Mothering Expectant Mothers: Consumption, Production, and Two Motherhoods in Contemporary China”. Ethos 38: 406-412. doi: https://doi.org/10.1111/j.1548-1352.2010.01158.x
Downloads
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
1 Authors retain copyright to work published under Creative Commons - Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0) which allows:
Share — copy and redistribute material in any medium or format
Adapt — remix, transform, and build upon material
In accordance with the following terms:
Attribution — You must give appropriate credit, provide a link to the license, and indicate if changes have been made. You must do so under any reasonable circumstances, but in no way that suggests that the licensor endorses you or your use.
Non-Commercial — You may not use the material for commercial purposes.
2 Authors are authorized to distribute the version of the work published in this journal, in institutional, thematic, databases and similar repository, with acknowledgment of the initial publication in this journal;
3 Works published in this journal will be indexed in databases, repositories, portals, directories and other sources in which the journal is and will be indexed.
