Tradição oral, construção de diálogo e conhecimento na comunidade quilombola da Rasa
DOI:
https://doi.org/10.5380/cra.v22i1.74233Palabras clave:
Educação, Relações étnico-raciais, Quilombo, Tradição Oral, Identidade.Resumen
O presente artigo é resultado de estudo de caso que tematiza as ações de educação formal dedicadas à História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena em uma escola localizada na comunidade remanescente de quilombo da Rasa, no município de Armação dos Búzios (RJ). Por meio da articulação da Antropologia e da Pedagogia, realizamos pesquisa empregando entrevistas semiestruturadas e abertas realizadas com professoras(es), gestoras(es) escolares e familiares de alunas(os) que são quilombolas. Posteriormente, elegemos proceder investida etnográfica acerca das ações desenvolvidas por uma professora, com seus estudantes e a comunidade, com vistas à participação da turma na Festa Literária promovida pelo governo do município. Buscamos assim compreender as potencialidades e os desafios da abordagem dos conteúdos previstos nas leis 10.639/2003 e 11.645/2008. Discutimos, ainda, por meio da crítica decolonial, o papel da escola diante de sociedades cujos meios privilegiados de transmissão de conhecimentos são a tradição oral e a memória coletiva.
Citas
Accioli, N. T. (2012). José Gonçalves da Silva à Nação Brasileira: o tráfico ilegal de escravos no antigo Cabo Frio. Niterói: FUNARJ/Imprensa Oficial. Disponível em: https://www.bn.gov.br/sites/default/files/documentos/producao/pesquisa/jose-goncalves-silva-nacao-brasileira-trafico-ilegal//
nilma_accioli_pnap.pdf
Accioli, N. T. (2018). Pagando dia para morar. Considerações sobre a ocupação Quilombola na Região dos Lagos - Rio de Janeiro, Brasil. Rev. Diálogos Mercosur, 5, 22-37. Disponível em: http://www.revistadialogosenmercosur.com/gallery/2%20oficial%20articulo%20num%205%20jul%20
dic%202018diamersul.pdf
Almeida, B. C. de. (2015). Entre o passado e o presente, entre História e memória: a Rasa e seus entre-lugares. Revista Escrita da História, 2(4), 1-33. Disponível em: http://www.escritadahistoria.com/revista/index.php/reh/article/view/38
Antonacci, M. A. (2016). Artes da memória de povos em diáspora: História e Pedagogia em “condições de enunciação” Fronteiras: Revista de História, 18(31), 244-256. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/article/view/5466
Arruti, J. M. (2017). Conceitos, normas e números: uma introdução à Educação Escolar Quilombola. Revista Contemporânea de Educação, 12(23), 107-142. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index. php/rce/article/view/3454/7619
Barth, F. (1998). Grupos étnicos e suas fronteiras. In: P. Poutignat & J. Streiff-Fenart. Teorias da etnicidade: seguido de grupos étnicos e suas fronteiras de Fredrik Barth. São Paulo: Editora Fundação da Unesp.
Bastide, R. (1960). As religiões africanas no Brasil. Contribuição a uma sociologia das interpretações de civilizações. vol. 1 e 2. São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo.
Brasil. (2003a). Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm
Brasil. (2003b). Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003. Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/d4887.htm#:~:text=DECRETO%20N%C2%BA%20
887%2C%20DE%2020,Ato%20das%20Disposi%C3%A7%C3%B5es%20Constitucionais%20Transit%C3%B3rias
Brasil. (2008). Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.html
Brasil. (2010a). Conselho Nacional de Educação (CNE); Câmara de Educação Básica (CEB). Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica. Brasília: CNE/CEB.
Brasil. (2010b). Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 5ª ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação Edições Câmara.
Brasil. (2012). Conselho Nacional de Educação (CNE); Câmara de Educação Básica (CEB). Resolução nº 8, de 20 de novembro de 2012: Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar
Quilombola na Educação Básica. Brasília: CNE/CEB.
Brasil. (2013). Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Guia de Políticas Públicas para Comunidades Quilombolas. Programa Brasil Quilombola. Disponível em: https://www.gov.br/
mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/igualdade-racial/guia-de-politicas-publicas-para-comunidades-quilombolas/view
Carneiro da Cunha, M., & Almeida, M. W. B. (2001). Populações tradicionais e conservação ambiental. In: J. P. Capobianco (org). Biodiversidade na Amazônia Brasileira (pp. 147-163). São Paulo:
Estação Liberdade/ Instituto Socioambiental.
Carvalho, B. H. C. P. de. (2015). Comunidade Remanescente de Quilombo da Rasa: uma abordagem das relações de identificação étnica e religiosa (Dissertação de Mestrado). Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes. Disponível em: https://uenf.br/posgraduacao/
sociologia-politica/wp-content/uploads/sites/9/2013/03/Barbara.pdf
Conaq. s/d. Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas. Disponível em: http://conaq.org.br/quem-somos/
Freinet, C. (1966). Para uma Escola do Povo. São Paulo: Martins Fontes.
Geertz, C. (1989). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara.
Gusmão, N. M. M. de. (1999). Linguagem, cultura e alteridade: imagens do outro. Cadernos de Pesquisa, 107, 41-78. https://doi.org/10.1590/S0100-15741999000200002
Halbwachs, M. (1990). A memória coletiva. São Paulo: Vértice.
Hampaté Bâ, A. (2010). A Tradição Viva. In: J. Ki-Zerbo (org.) História Geral da África I: Metodologia e Pré-História da África (pp. 167–212). Brasília: UNESCO.
Holanda, S. B. de. (org). (1960). História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, Tomo I.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2017). Censo demográfico - Armação dos Búzios. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/rj/armacao-dos-buzios.html
INCRA. (2017). Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Brasília. Disponível em: http://www.incra.gov.br/sites/default/filesrelatorios_tecnicos_de_identificacao_e_delimitacao_
rtid_publicados_em_2017_pelo_incra_0.pdf
Ingold, T. (2000). The percepption of the environment. Essays in livelihood, dwelling and skill. Londres: Routledge.
Leite, I. B. (2000). Os quilombos no Brasil: questões conceituais e normativas. Etnográfica, IV(2), 333-354. Disponível em: http://ceas.iscte.pt/etnografica/docs/vol_04N2/Vol_iv_N2_333-354.pdf
Libâneo, J. C. (2014). Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 28ª ed. São Paulo: Edições Loyola.
Maldonado-Torres, N. (2016). Transdisciplinaridade e decolonialidade. Sociedade e Estado, 31 (1), 75-97. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-69922016000100005
Mignolo, W. D. (2005). A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas (pp. 71-103). Buenos Aires: CLACSO.
Munanga, K (org.) (2005). Superando o racismo na escola. 2ª ed. rev. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.
Munanga, K., & Gomes, N. L. (2006). O Negro no Brasil de Hoje. São Paulo: Global.
Prandi, R. (2000). De africano a afro-brasileiro: etnia, identidade, religião. Revista USP, 46, 52-65. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i46p52-65
O’Dwyer, E. C. (2007). Terras de quilombo: identidade étnica e os caminhos do reconhecimento. TOMO, 10, 43-58. https://doi.org/10.21669/tomo.v0i11.446
Reis, M. C. G. (2017). Mulheres, negras e professoras: suas histórias de vida. Campos dos Goytacazes: Brasil Multicultural.
Rocha, R. M. C. (2011). A Pedagogia da Tradição: as dimensões do ensinar e do aprender no cotidiano das comunidades afro-brasileiras. XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais – UFBA. Salvador. Disponível em: http://revista.fumec.br/index.php/paideia/article/view/1308/889
Santos, L. L. C. P. (2001). Dilemas e perspectivas na relação entre ensino e pesquisa. In: M. André (org.). O papel da pesquisa na formação e na prática de professores (pp. 11-25). Campinas: Papirus.
Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia. (2019a). Referencial Curricular de Armação dos Búzios. Armação dos Búzios.
Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia. (2019b). Projeto da Festa Literária Búzios Palavra que Encanta. Armação dos Búzios.
Silva, V. G. da. (2007) Neopentecostalismo e religiões afro-brasileiras: significados do ataque aos símbolos da herança religiosa africana no Brasil contemporâneo. Mana, 13(1), 207-236. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93132007000100008
Spillmann, C. V. (2010). Implantação de coleta seletiva em meios de hospedagem em municípios turísticos: caso de Armação dos Búzios/RJ (Dissertação de Mestrado). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Disponível em: http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/PUC_RIO-1_0840f48ef04ac11109a0a0672a7b639d
Vaz, A. C. S. (2015). Juventude e Identidade: o sentimento de pertencimento de alunos do bairro da Rasa em Armação dos Búzios/RJ (Dissertação de Mestrado). Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes. Disponível em: http://www.pgcl.uenf.br/arquivos/
dissertacaocarolina_030920191430.pdf
Xavier, M. A. P. (2006). Búzios: estética, poder e território (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
1 Los autores conservan los derechos de autor del trabajo publicado bajo Creative Commons - Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0) que permite:
Compartir: copiar y redistribuir material en cualquier medio o formato
Adaptar: remezclar, transformar y construir a partir del material.
De acuerdo con los siguientes términos:
Atribución: debe otorgar el crédito adecuado, proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se han realizado cambios. Debe hacerlo bajo cualquier circunstancia razonable, pero de ninguna manera que sugiera que el licenciante lo respalda a usted o su uso.
No comercial: no puede utilizar el material con fines comerciales.
2 Los autores están autorizados a distribuir la versión del trabajo publicado en esta revista, en repositorios institucionales, temáticos, bases de datos y similares, con reconocimiento de la publicación inicial en esta revista;
3 Los trabajos publicados en esta revista serán indexados en las bases de datos, repositorios, portales, directorios y demás fuentes en las que la revista esté y estará indexada.
