Mário de Andrade: Turista aprendiz da musicalidade brasileira
DOI:
https://doi.org/10.5380/cam.v10i2.15616Palabras clave:
Modernismo, Música, Folclore, Viagem, EtnografiaResumen
O mais importante teórico acerca da música moderna que se desenvolve no Brasil foi, sem dúvida, Mário de Andrade, com um grande número de trabalhos sobre música publicados, além de seus poemas e romances com cadência musical. Este artigo descreve como a viagem que Mário de Andrade faz à Amazônia, em 1927, consegue alterar os códigos de musicalidade compreensíveis à audição do autor, e com isso, acaba influenciando toda a concepção de música nacional desenvolvida no Modernismo brasileiro. Entendendo a diversidade da linguagem sonora, Mário de Andrade fixa em seu diário de viagens, publicado postumamente sob o título de “Turista Aprendiz”, como se deu o processo de seu descentramento estético-musical, sobretudo a partir de dois relatos evidentemente ficcionais presentes no livro. O uso do surrealismo e do non sense são aqui imprescindíveis para se obter a real noção da dificuldade encontrada pelo escritor em afinar-se a outras musicalidades, inerentes ao Brasil e à sonoridade brasileira. Grande parte dessas reflexões, baseadas na experiência do viajante, já se encontram presentes no livro musical de maior envergadura de Mário de Andrade: “O Ensaio sobre a música brasileira”, publicado originalmente em 1928, concebido como um dos textos clássicos para a Musicologia Brasileira. Além disso, é possível vislumbrar, por meio de sua trajetória como turista e musicólogo aprendiz, o intrínseco relacionamento que é estabelecido entre arte e etnografia para a configuração da arte moderna no Brasil.
Citas
AMOROSO, M. R. 1993. Sociedade de Etnografia e Folclore (1936-1939). Modernismo e Antropologia. SEF. Sociedade de Etnografia e Folclore [catálogo]/ Discoteca Oneyda Alvarenga; coordenação Maria Regina A. Davidoff e Elizabete H. Shimabukuro et al. São Paulo, CCSP, São Paulo: 65-71.
ANDRADE, M. [1928] 1972. Ensaio sobre a Música Brasileira. São Paulo: Martins.
ANDRADE, M. [1929] 1988. Pequena História da Música. São Paulo: Martins.
ANDRADE, M. [1943] 2002. O Turista Aprendiz. Belo Horizonte: Itatiaia.
CÂNDIDO, A. 1983. "A revolução de 1930 e a cultura". In A Educação pela noite e outros ensaios. Petrópolis: Vozes.
CATÁLOGO DA SOCIEDADE DE ETNOGRAFIA E FOLCLORE. 1993. Discoteca Oneyda Alvarenga. Centro Cultural São Paulo.
CLIFFORD, J. 1982. Person and the myth. Maurice Leenhardt in a Melanesian world. Berkeley, Los Angeles: University of California Press.
LOPEZ, T. A. 1996. Mariodeandradiando. São Paulo: Hucitec.
LOPEZ, T. A. 2002. "Viagens Etnográficas de Mário de Andrade". In M. Andrade [1943]. O Turista Aprendiz. Belo Horizonte: Itatiaia.
LOPEZ, T. A. 2002 “A Bordo do Diário”. In M. Andrade [1943]. O Turista Aprendiz. Belo Horizonte: Itatiaia.
MICELI, S. 1979. Intelectuais e classe dirigente no Brasil (1920-1945). Rio de Janeiro: Guanabara.
MORAES, E. J. 1999. Limites do Moderno: o pensamento estético de Mário de Andrade. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
SIMÕES JR , G. 1998. Palavra Peregrina. São Paulo: Edusp.
SOUZA, C. D. de. 2006. O Brasil em pauta: Heitor Villa-Lobos e o canto orfeônico. Dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo.
TONI, F. C. 1987. Mário de Andrade e Villa-Lobos. São Paulo: Centro cultural São Paulo.
TONI, F. C. 1990. O Pensamento Musical de Mário de Andrade. São Paulo: Tese de Doutoramento apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Artes da ECA/USP.
TRAVASSOS, Elizabeth. 1997. Os Mandarins Milagrosos: música e etnografia em Mário de Andrade e Béla Bartók. Rio de Janeiro: Funarte/Jorge Zahar editor.
TRAVASSOS, Elizabeth. 2002. Música e modernismo no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
VELLOSO, M. P. 1987. Os Intelectuais e a Política Cultural do Estado Novo. Rio de Janeiro: CPDOC.
Descargas
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
1 Los autores conservan los derechos de autor del trabajo publicado bajo Creative Commons - Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0) que permite:
Compartir: copiar y redistribuir material en cualquier medio o formato
Adaptar: remezclar, transformar y construir a partir del material.
De acuerdo con los siguientes términos:
Atribución: debe otorgar el crédito adecuado, proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se han realizado cambios. Debe hacerlo bajo cualquier circunstancia razonable, pero de ninguna manera que sugiera que el licenciante lo respalda a usted o su uso.
No comercial: no puede utilizar el material con fines comerciales.
2 Los autores están autorizados a distribuir la versión del trabajo publicado en esta revista, en repositorios institucionales, temáticos, bases de datos y similares, con reconocimiento de la publicación inicial en esta revista;
3 Los trabajos publicados en esta revista serán indexados en las bases de datos, repositorios, portales, directorios y demás fuentes en las que la revista esté y estará indexada.
