Sexualidades kanhgág e algumas de suas potencialidades no domínio da afinidade potencial
DOI:
https://doi.org/10.5380/cra.v21i1.73917Keywords:
Sexualidade indígena, construção do parentesco, mestiçagem, KaingangAbstract
Este trabalho procura explorar alguns aspectos da sexualidade kanhgág. Tem como base experiências bastante particulares observadas e vivenciadas em campo, em Terras Indígenas no norte do Estado do Paraná. Esboço algumas possibilidades analíticas a respeito de relações indígenas no domínio da afinidade potencial, especialmente a não indígena ou não kanhgág. Situações que contrastam com as do domínio familiar e da afinidade efetiva, constituídas por consubstancialização e filiação. Tratando do contexto de “mestiçagem” e “bagunça” na avaliação dos comportamentos sexuais, analisa como certas situações vão contra estes processos de consanguinização, implicando ou devir outro deliberado ou a capacidade de trânsito entre pontos de vista diferentes implicados nas relações sexuais.
References
ALMEIDA, Miguel Vale de. 2003. “Antropologia e sexualidade: consensos e conflitos teóricos em perspectiva histórica”. Pp.53-72 in A sexologia, Perspectiva Multidisciplinar, org. L. Fonseca, C. Soares e J. M. Vaz. Coimbra: Quarteto, vol.II.
BELAUNDE, Luisa Elvira. 2015a. “O estudo da sexualidade na etnologia”. Cadernos de Campo 24: 399-411. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v24i24p399-411
BELAUNDE, Luisa Elvira. 2015b. “Resguardo e sexualidade(s): uma antropologia simétrica das sexualidades amazônicas em transformação”. Cadernos de Campo 24: 538-564. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v24i24p538-564
CALHEIROS, Orlando. 2015. “O próprio do desejo: a emergência da diferença extensiva entre os viventes (Aikewara, Pará)”. Cadernos de Campo 24: 487-504. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v24i24p487-504
CIMBALUK, Lucas. 2013. A Criação da Aldeia Água Branca na Terra Indígena Kaingang Apucaraninha: “política interna”, moralidade e cultura. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Universidade Federal do Paraná.
CIMBALUK, Lucas. 2018. Nũgme to ẽpry há, Kanhkã to ẽpry kórég: caminhos kanhgág entre bem e mal. Tese de Doutorado, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina.
CIMBALUK, Lucas. 2019. “Xamanismos kanhgág: as artes de Pedro ‘Chapéu Branco’”. Espaço Ameríndio 13(2): 211-241.
CRÉPEAU, Robert. 1997. Les Kaingang dans le contexte des études Gé et Bororo. Anthropologie et Sociétés 21(2-3): 45-66. https://doi.org/10.7202/015484ar
FRANCHETTO, Bruna. 1996. “Mulheres entre os kuikúro”. Estudos Feministas 4(1): 35-54.
GIBRAM, Paola Andrade. 2016. Penhkár: política, parentesco e outras histórias kaingang. Curitiba: Appris; Florianópolis: Instituto Nacional de Pesquisa Brasil Plural.
LAGROU, Els. 2013. “Chaquira, e inka y los blancos: las cuentas de vidrio en los mitos y en el ritual kaxinawa y amerindio. Revista Española de Antropología Americana 43(1): 245-265. https://doi.org/10.5209/rev_REAA.2013.v43.n1.42317
LASMAR, Cristiane. 2005. De volta ao Lago de Leite: gênero e transformação no Alto Rio Negro. São Paulo: Editora UNESP; ISA; Rio de Janeiro: NUTI.
LEA, Vanessa. 1994. “Gênero feminino Mebengokre (Kayapó): desvelando representações desgastadas”. Cadernos Pagu 3: 85-115.
LEA, Vanessa. 1999. “Desnaturalizando gênero na sociedade Mẽbengokre”. Estudos Feministas 7 (1 e 2): 176-194.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1982. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 2006. A origem dos modos à mesa. São Paulo: Cosac Naify.
MAGNANI, José Guilherme C. 2008. “Quando o campo é a cidade: fazendo antropologia na metrópole”. In: Na Metrópole: textos de antropologia urbana, org. J. G. Magnani. São Paulo: Edusp; Fapesp.
MALINOWSKI, Bronislaw. 1932. The sexual life of savages in North-Western Melanesia. Londres: George Routledge & sons.
MALINOWSKI, Bronislaw. 2013. Sexo e repressão na sociedade selvagem. Petrópolis: Vozes.
MCCALLUM, Cecilia. 1994. “Ritual and the origin of sexuality in the Alto Xingu”. Pp. 90-114 in Sex and Violence: Issues in representation and experience, ed. P. Harvey e P. Gow. London; New York: Routledge.
MCCALLUM, Cecilia. 2013. “Intimidade com estranhos: uma perspectiva kaxinawá sobre confiança e a construção de pessoas na Amazônia”. Mana 19(1): 123-155. https://doi.org/10.1590/S0104-93132013000100005
MEAD, Margaret. 1979. Sexo e temperamento. São Paulo: Perspectiva.
NIMUENDAJÚ, Curt. 1993 [1913]. Etnografia e indigenismo: sobre os Kaingang, os Ofaié- Xavante e os índios do Pará. Campinas: Ed. da UNICAMP.
NUNES, Eduardo S. 2010. “O pessoal da cidade: o conhecimento do mundo dos brancos como experiência corporal entre os karajá de buridina”. In: Conhecimento e cultura: práticas de transformação no mundo indígena, ed. E. C. Lima e M. Souza. Brasília: Athalaia.
OLIVAR, José Miguel Nieto. 2019. “Caçando os devoradores: agência, ‘meninas indígenas’ e enquadramento neocolonial”. Revista de Antropologia 62(1): 7-34. https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2019.156129
PISSOLATO, Elizabeth. 2015. “Fuga como estratégia: notas sobre sexualidade, parentesco e emoções entre pessoas mbya”. Cadernos de Campo 24: 412-426. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v24i24p412-426
ROSA, Patrícia Carvalho. 2011. “Para deixar crescer e existir”: sobre a produção de corpos e pessoas kaingang. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília.
ROSA, Rogério Reus Gonçalves da. 2011. “Mitologia e xamanismo nas relações sociais dos Inuit e dos Kaingang”. Espaço Ameríndio 5(3): 98-122. https://doi.org/10.22456/1982-6524.23598
SEEGER, Anthony; DA MATTA, Roberto; VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 1979. “A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras”. Boletim do Museu Nacional 32: 2-19.
SISKIND, Janet. 1973. To Hunt in the Morning. Oxford: Oxford University Press.
STRATHERN, Marilyn. 2006. O Gênero da Dádiva. Campinas: Ed. da Unicamp.
VEIGA, Juracilda. 1994. Organização Social e Cosmovisão Kaingang: uma introdução ao parentesco, casamento e nominação em uma sociedade Jê Meridional. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas.
VEIGA, Juracilda. 2000. Cosmologia e práticas rituais Kaingang. Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo B. 2000. “Atualização e contra-efetuação do virtual na sociedade amazônica: o processo de parentesco”. Ilha 2(1): 5-46.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 1996. “Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio”. Mana 2(2): 115-144. https://doi.org/10.1590/S0104-93131996000200005
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2002. “O mármore e a murta: sobre a inconstância da alma selvagem”. In: A Inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac Naify.
WIESEMANN, Ursula Gojtéj. 2012. Kaingang – Português; Português – Kaingang: Dicionário. Curitiba: Editora Evangélica Esperança.
WIIK, Flávio Braune. 2004. Christianity converted: an ethnographic analysis of the xokleng Laklanõ indians and the transformations resulting from their encounter with pentecostalism. Doctoral dissertation, University of Chicago.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
1 Authors retain copyright to work published under Creative Commons - Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0) which allows:
Share — copy and redistribute material in any medium or format
Adapt — remix, transform, and build upon material
In accordance with the following terms:
Attribution — You must give appropriate credit, provide a link to the license, and indicate if changes have been made. You must do so under any reasonable circumstances, but in no way that suggests that the licensor endorses you or your use.
Non-Commercial — You may not use the material for commercial purposes.
2 Authors are authorized to distribute the version of the work published in this journal, in institutional, thematic, databases and similar repository, with acknowledgment of the initial publication in this journal;
3 Works published in this journal will be indexed in databases, repositories, portals, directories and other sources in which the journal is and will be indexed.
