Para uma Antropologia dos agenciamentos e visibilidades: objetos, discursos e alteridade no Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia da UFMT
DOI:
https://doi.org/10.5380/campos.v16i2.48254Keywords:
Museus, Coleções, Discursos, Antropologia dos objetosAbstract
O artigo apresenta algumas das análises preliminares da etnografia produzida acerca da formação do acervo no Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia da Universidade Federal de Mato Grosso, de forma a repensar os museus e suas coleções. Para tal, faz-se uma reflexão antropológica analisando o processo de aglutinação dos bens culturais preservados neste espaço com vistas a compreender as formas pelas quais estes objetos foram musealizados e quais perspectivas orientaram estas práticas. Entendem-se aqui os arquivos e coleções de museus como campos etnográficos legítimos, levando em consideração seus contextos sociais e simbólicos, já que tais inventários são constituídos, alimentados e mantidos por pessoas, grupos sociais e instituições, resultados de procedimentos de construir e ordenar conhecimentos. Assim, compreender as relações entre agentes e objetos que atuaram neste espaço museológico e quais as ações que produziram a visibilidade ou invisibilidade acerca da diferença ou dos povos indígenas nele representados.
References
ABREU, Regina. 2005. "Museus etnográficos e práticas de colecionamento: antropofagia dos sentidos". Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 31. Brasília: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. 2007. História: a arte de inventar o passado. Ensaios de teoria de história. Bauru: Edusc.
BOAS, Franz. 1986. Anthropology and modern life . Nova York: Dover Publications Inc.
BUTLER, Judith & SPIVAK, Gayatri Chakravorty. 2009. Quién le canta al Estado-Nación? Lenguage, política, pertenencia. Buenos Aires: Paidós.
CÂNDIDO, Manuelina Maria Duarte. 2013. Gestão de museus, um desafio contemporâneo: diagnóstico museológico e planejamento. Porto Alegre: Medianiz. https://doi.org/10.4000/midas.920
CARVALHO, Luciana Meneses de. 2011. "Waldisa Rússio e Tereza Scheiner - dois caminhos, um único objetivo: discutir museu e Museologia". Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio– PPG-PMUS Unirio | MAST 4(2):147-158. https://doi.org/10.1590/1982-02672020v28d2e58
CASTRO, Ana Lúcia Siaines de. 2009. O Museu do sagrado ao segredo. Rio de Janeiro: Revan.
COUTO, Ione Helena Pereira. 2007. “A tradução do objeto do ‘outro’”. In Regina Abreu, Mário de Souza Chagas & Myrian Sepúlveda dos Santos (orgs.) Museus, coleções e patrimônios: narrativas polifônicas. Rio de Janeiro: Garamond, MinC/IPHAN/DEMU.
CUNHA, Olívia Maria Gomes da. 2004. "Tempo imperfeito: uma etnografia do arquivo". Mana 10(2):287-322. https://doi.org/10.1590/s0104-93132004000200003
DA MATTA, Roberto. 1987. Relativizando: uma introdução à Antropologia Social. Rio de Janeiro: Rocco.
DESVALÉES, André & MAIRESSE, François. 2013. Conceitos-chave de museologia. São Paulo: Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus/Pinacoteca do Estado de São Paulo/Secretaria de Estado da Cultura.
DOUGLAS, Mary. 1998. Como as instituições pensam. São Paulo: EDUSP.
DOUGLAS, Mary. 1991. Pureza e perigo: ensaio sobre as noções de poluição e tabu. Lisboa: Edições 70.
FABIAN, Johannes. 2010. “Colecionando pensamentos: sobre os atos de colecionar”. Mana 16(1). https://doi.org/10.1590/s0104-93132010000100003
GAGNEBIN, Jeanne Marie. 2012. “Apagar os rastros, recolher os restos”. In S. Sedlmayer e J. Ginzburg (Orgs.). Walter Benjamin: rastro, aura e história. Belo Horizonte: Ed. UFMG.
GARFIELD, Seth. 2011. A luta indígena no coração do Brasil: política indigenista, a Marcha para o Oeste e os índios xavante (1937-1988). São Paulo: Editora UNESP.
GOLDMAN, Marcio. 1999. Alguma antropologia. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
GONÇALVES, José Reginaldo Santos (org). 2013. A alma das coisas: patrimônios, materialidade e ressonância. Rio de Janeiro: Mauad X/Faperj.
KERSTEN, Márcia Scholz de Andrade & BONIN, Anamaria Aimoré. 2007. "Para pensar os museus, ou 'Quem deve controlar a representação do significado dos outros?'". MUSAS, Revista Brasileira de Museus e Museologia 3(3):117-128.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1979. Tristes Trópicos. Lisboa: Edições 70
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1989. O pensamento selvagem. Campinas: Papirus.
MACHADO, Maria Fátima Roberto. 2007. Museu Rondon: antropologia e indigenismo na Universidade da Selva. Tese de Pós-doutorado em Antropologia Social. Rio de Janeiro: Museu Nacional-UFRJ.
MAGNANI, José Guilherme Cantor. 2002. “De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana”. Revista Brasileira de Ciências Sociais 17(49). https://doi.org/10.1590/s0102-69092002000200002
MALUF, Sonia Weidner. 2011. "A antropologia reversa e 'nós': alteridade e diferença". Revista Ilha 12(1):39-56.
MAUSS, Marcel. 2003. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naify. https://doi.org/10.5007/2175-8034.2010v12n1-2p41
PEIRANO, Mariza. 2001. O dito e o feito: ensaios de antropologia dos rituais. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
RICOEUR, Paul. 2012. Vivo até a morte: seguido de fragmentos. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes.
SANTOS, Myriam S. 2000. "Os museus brasileiros e a constituição do imaginário nacional". Revista Sociedade e Estado 15(2):271-302. https://doi.org/10.1590/s0102-69922000000200005
SCHWARCZ, Lilia Moritz. 1993. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil - 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras.
SEGALL, Maurício. 2001. Controvérsias e dissonâncias. São Paulo: Boitempo Editorial/EDUSP.
STOCKING JR, George W. (org.). 1985. Objects and others: essays on museums and material culture. Wisconsin: The university of Wisconsin Press.
TAMBIAH, Stanley Jeyaraja. 2014. "A performative approach to ritual". In Culture, thought, and social action. An anthropological perspective. Harvard: Harvard University Press.
VARGAS, Getúlio. 2004. "No limiar do Ano de 1938, Saudação aos Brasileiros, Pronunciado no Palácio Guanabara e Irradiada Para Todo o País, à Meia-Noite de 31 de Dezembro de 1937" In O Pensamento Político de Getúlio Vargas. Porto Alegre: Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul e Museu Julio de Castilhos.
VARINE, Hugues de. 1979. "Entrevista com Hugues de Varine-Bohan". In Os Museus no Mundo. Rio de Janeiro: SALVAT Editora do Brasil. https://doi.org/10.26512/museologia.v8i15.24973
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2002. "O nativo relativo". Mana 8(1):113-148. https://doi.org/10.1590/s0104-93132002000100005
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2013. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: CosacNaify.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2015. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: CosacNaify
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
1 Authors retain copyright to work published under Creative Commons - Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0) which allows:
Share — copy and redistribute material in any medium or format
Adapt — remix, transform, and build upon material
In accordance with the following terms:
Attribution — You must give appropriate credit, provide a link to the license, and indicate if changes have been made. You must do so under any reasonable circumstances, but in no way that suggests that the licensor endorses you or your use.
Non-Commercial — You may not use the material for commercial purposes.
2 Authors are authorized to distribute the version of the work published in this journal, in institutional, thematic, databases and similar repository, with acknowledgment of the initial publication in this journal;
3 Works published in this journal will be indexed in databases, repositories, portals, directories and other sources in which the journal is and will be indexed.
