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Ações Afirmativas para Estudantes Quilombolas: o processo de criação do Programa de Inclusão de Estudantes Quilombolas (PROINQ) na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Sonia Regina Lourenço

Resumo


O artigo é um relato da experiência das políticas de ações afirmativas para estudantes de comunidades quilombolas no estado de Mato Grosso, construídas a partir do ano de 2013 na Universidade Federal de Mato Grosso. Descrevo a criação do Programa de Inclusão de Estudantes Quilombolas (PROINQ) como um processo aberto e plural, constituído com a participação intensa de diferentes representantes e lideranças quilombolas de 55 comunidades – reconhecidas pela Fundação Cultural
Palmares como “comunidades remanescentes de quilombos” – e da comunidade universitária. Em setembro de 2017, quatro anos depois, a universidade abriu o primeiro processo seletivo específico para candidatos e candidatas de comunidades quilombolas do estado. Concluo com o entendimento de que as políticas públicas para a educação, para além do reconhecimento de que a sociedade brasileira é
pluriétnica, só se consolidam de forma plena quando se considera que o direito à igualdade não pode prescindir do direito à diferença.


Palavras-chave


ações afirmativas; políticas públicas; ensino superior; quilombolas; Mato Grosso.

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Sites consultados

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/cra.v17i2.56215

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