Sua doação é meu negócio: Uma etnografia em um empreendimento de Crowdfunding brasileiro.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/cra.v17i1.48174

Palavras-chave:

Antropologia econômica, inovação, agenciamento, subjetividade, criatividade.

Resumo

Viver os sonhos. Mudar o mundo. Fazer acontecer. Expressões impregnadas de moralidade e subjetividade passaram a compor a gramática das paisagens empresariais contemporâneas, associadas fortemente à uma idéia de inovação como um fluxo contínuo e criativo de idéias, coisas e pessoas que colocam "o novo” em movimento. Falar em inovação pode parecer, muitas vezes, parte de uma narrativa dispersa e desincorporada que reifica noções de eficácia, produtividade e racionalidade econômica. Isso, no entanto, não conduz a uma reflexão densa a respeito dos modos através dos quais a economia é pensada, feita e imaginada no curso da vida. A partir de uma etnografia de um empreendimento de tecnologia crowdfunding brasileiro, busco apreender os modos através dos quais essa gramática da inovação é agenciada e suas implicações econômicas, políticas e subjetivas. 

 

Biografia do Autor

Louise Scoz Pasteur de Faria, Programa de Pós-Graduação de Antropologia Social UFRGS

Doutoranda em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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Publicado

2016-06-30

Como Citar

Scoz Pasteur de Faria, L. (2016). Sua doação é meu negócio: Uma etnografia em um empreendimento de Crowdfunding brasileiro. Campos - Revista De Antropologia, 17(1), 49–64. https://doi.org/10.5380/cra.v17i1.48174

Edição

Seção

Artigos