Media, pedagogia e democracia
DOI:
https://doi.org/10.5380/2238-0701.2016n12p149-163Palavras-chave:
Cognição, Enunciação, Media de grande público, Produção de sentido, Reflexividade.Resumo
Na corrente da crítica generalizada de todas as formas de poder que exerceu a repressão após os acontecimentos de sessenta e oito, os media foram incriminados na sua forma, em virtude de induzirem uma relação social que implicasse uma separação entre o emissor e o recetor e a relação unilateral de transmissão de conteúdos com sentidos legíveis e unívocos. Na Bélgica, o encontro entre os militantes de certas televisões comunitárias (nomeadamente o canal «Canal emploi» de Liège) em busca de novas estratégias educativas destinadas ao grande público e Geneviève Jacquinot, esteve na origem de uma procura frutífera de transformação da forma da relação mediática. O trabalho teórico de Geneviève Jacquinot apresentava conceitos e ferramentas de análise que permitiam direcionar a linguagem audiovisual no sentido da abertura, da ambivalência e da negociação do sentido. Na sequência desta pesquisa, e de outras do mesmo género, pode afirmar-se que a problemática da produção de sentido na comunicação audiovisual compreende dois aspetos relevantes: a enunciação e a cognição. Do ponto de vista da enunciação, verifica-se abertura de sentido quando os recetores são colocados numa configuração relacional que torna possível um debate intersubjetivo. Do ponto de vista cognitivo, dá-se um processo educativo de produção de sentido quando os recetores desempenham um papel ativo na elaboração de sentido a partir das imagens observadas e das falas ouvidas. O grau de reflexão implicado nesta elaboração constitui um aspeto importante do processo cognitivo. Os procedimentos retóricos, abundantes nas produções audiovisuais, mostram uma grande variedade relativamente a este aspeto.
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