O USO E A COBERTURA DA TERRA E A SUA RELAÇÃO COM A HANTAVIROSE NA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTODO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO
DOI:
https://doi.org/10.5380/raega.v37i0.42453Palavras-chave:
Hantavírus, Uso da terra, Análise espacialResumo
A Hantavirose possui uma epidemiologia de muitas nuances com mudanças ambientais de origem antrópica. Assim, é possível perceber a necessidade de compreensão, a nível regional e local, das possíveis contribuições que as mudanças antrópicas trouxeram em relação àquela enfermidade para o Distrito Federal e seu entorno. Neste sentido, o presente estudo analisou as categorias de uso e cobertura da terra existentes na Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE-DF) do Distrito Federal e Entorno do Estado do Goiás, tendo em vista a avaliação estatística da influência destas categorias na dinâmica da Hantavirose. Através do uso do Sistema de Informações Geográficas (SIG) e de testes estatísticos, como, por exemplo, o odds ratio e o qui-quadrado, foi possível avaliar a distribuição espaço-temporal da Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH). Dados secundários de casos de SCPH referentes ao período 2004-2010 permitiram identificar 14 locais de ocorrência do agravo no entorno e 49 locais no Distrito Federal. Observou-se ainda nas análises que no Distrito Federal, as classes de uso – as áreas urbanas (OR= 2.9) e as lavouras temporárias (OR = 2.3) – que apresentaram medidas de associação significativas. Os resultados do teste Qui-quadrado apontou que os efeitos antrópicos são estatisticamente mais significativos no Distrito Federal (χ 2 = 9,5) do que em sua região de entorno (χ 2 = 1,8). Assim, o antropismo tem um peso importante na dispersão da Hantavirose na RIDE-DF.
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