Perfil de macronutrientes e ingredientes de alimentos coadjuvantes para distúrbios gastrointestinais para cães e gatos comercializados no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5380/avs.v30i2.97260Palavras-chave:
Enteropatias crônicas, extrato etéreo, proteína bruta.Resumo
Cães e gatos podem ser acometidos por diversos distúrbios gastrointestinais, como as enteropatias crônicas. Diante disso, as empresas pet food desenvolveram alimentos coadjuvantes para auxiliar no tratamento desses distúrbios. Dessa forma, objetivou-se analisar as concentrações de macronutrientes e ingredientes dos alimentos secos extrusados coadjuvantes destinadas a cães e gatos com distúrbios gastrointestinais disponíveis no Brasil. As pesquisas dos produtos foram feitas por meio de sites dos fabricantes e busca de termos booleanos na internet, sendo encontrados 11 alimentos coadjuvantes para distúrbios gastrointestinais para cães, de 6 marcas distintas, e 5 alimentos coadjuvantes para distúrbios gastrointestinais para gatos, de 5 marcas distintas. As concentrações proteicas (PB) variaram menos para cães (21 a 25% e 55,7 a 64,4 g/1000 kcal) e mais para gatos (30 a 40% e 72,8 a 97,8 g/1000 kcal). Entretanto, as concentrações de extrato etéreo (EE) variaram principalmente nos alimentos para cães, sendo 5% até 18% de EE (14,5 a 43,9 g/1000 kcal). As concentrações de fibra bruta (FB) também variaram principalmente nas dietas para cães (1,9 a 12,6% e 5 a 39,3 g/1000 kcal), devido às dietas específicas para animais com constipação ou diarreia responsiva a fibra. As principais fontes proteicas, lipídicas e de fibras para cães e gatos foram: farinha de vísceras de aves e ovo em pó; gordura de frango e óleo de peixe e polpa de beterraba e casca de psyllium. Portanto, os alimentos comerciais coadjuvantes para distúrbios gastrointestinais apresentam moderada PB, mas alta variação no EE e FB, principalmente para cães.
Referências
ABINPET. Manual Pet Food Brasil. 11ª edição. Disponível em: https://abinpet.org.br/wp-content/uploads/2024/01/abinpet_mpfb_ed11_completo.pdf. Acesso em: 06 de março de 2024.
Andrade, T. et al. Spray-dried egg in the diet of dogs: implications for recovery nutritional, palatability and haematology. Semina: Ciências Agrárias, v. 40, n. 1, p. 417, 15 fev. 2019.
Bauer, J. E. Therapeutic use of fish oils in companion animals. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 239, n. 11, p. 1441–1451, dez. 2011.
Case, L. P.; AL, E. Canine and feline nutrition: a resource for companion animal professionals. 3. ed. Maryland Heights: Mosby Elsevier, 2011.
Chandler, M. Gastrointestinal disorders and diet. Companion Animal, v. 23, n. 7, p. 381–387, 2 jul. 2018.
Dandrieux, J. R. S. Inflammatory bowel diseaseversuschronic enteropathy in dogs: are they one and the same? Journal of Small Animal Practice, v. 57, n. 11, p. 589–599, 16 out. 2016.
Ephraim, E.; Cochrane, C.-Y.; Jewell, D. E. Varying Protein Levels Influence Metabolomics and the Gut Microbiome in Healthy Adult Dogs. Toxins, v. 12, n. 8, p. 517, 12 ago. 2020.
FEDIAF. Nutritional guidelines for complete and complementary pet food for cats and dogs. Brussels: Fédération Européenne de l’Industrie des Aliments pour Animaux Familiers; 2021.
Fekete, S. et al. Reduction of the energy density of cat foods by increasing their fibre content with a view to nutrients’ digestibility. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, v. 85, n. 7-8, p. 200–204, 1 ago. 2001.
Félix, A. P.; Oliveira, S. G.; Maiorka, A. Principais aspectos relacionados à nutrição de cães e gatos. Scientia Agraria Paranaensis, v. 11, n. 2, p. 5–21, 19 nov. 2012.
Fischer, M. M. et al. Fiber fermentability effects on energy and macronutrient digestibility, fecal traits, postprandial metabolite responses, and colon histology of overweight cats. Journal of Animal Science, v. 90, n. 7, p. 2233–2245, 1 jul. 2012.
Freiche, V. et al. Uncontrolled Study Assessing the Impact of a Psyllium-Enriched Extruded Dry Diet on Faecal Consistency in Cats with Constipation. Journal of Feline Medicine and Surgery, v. 13, n. 12, p. 903–911, dez. 2011.
Golder, C.; Weemhoff, J. L.; Jewell, D. E. Cats Have Increased Protein Digestibility as Compared to Dogs and Improve Their Ability to Absorb Protein as Dietary Protein Intake Shifts from Animal to Plant Sources. Animals, v. 10, n. 3, p. 541, 24 mar. 2020.
Gualtieri, M. Esophagoscopy. Veterinary Clinics of North America-small Animal Practice, v. 31, n. 4, p. 605–630, 1 jul. 2001.
Guilford, W. G. et al. Food Sensitivity in Cats with Chronic Idiopathic Gastrointestinal Problems. Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 15, n. 1, p. 7–13, jan. 2001.
Kathrani, A. Dietary and Nutritional Approaches to the Management of Chronic Enteropathy in Dogs and Cats. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, out. 2020.
Kawauchi, I. M. et al. Prediction of crude protein digestibility of animal by-product meals for dogs by the protein solubility in pepsin method. Journal of nutritional science, v. 3, p. e36, 2014.
Lenox, C. E. Nutritional Management for Dogs and Cats with Gastrointestinal Diseases. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, fev. 2021.
Loeffler, A. et al. A retrospective analysis of case series using home-prepared and chicken hydrolysate diets in the diagnosis of adverse food reactions in 181 pruritic dogs. Veterinary Dermatology, v. 17, n. 4, p. 273–279, ago. 2006.
Minamoto, Y. et al. Fecal short‐chain fatty acid concentrations and dysbiosis in dogs with chronic enteropathy. Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 33, n. 4, p. 1608–1618, 17 maio 2019.
Montserrat-Malagarriga, M. et al. The Impact of Fiber Source on Digestive Function, Fecal Microbiota, and Immune Response in Adult Dogs. Animals, v. 14, n. 2, p. 196–196, 7 jan. 2024.
Murakami, F. Y. et al. Digestibility and palatability of isolated porcine protein in dogs. Italian Journal of Animal Science, v. 17, n. 4, p. 1070–1076, 20 mar. 2018.
Okanishi et al. The Clinical Efficacy of Dietary Fat Restriction in Treatment of Dogs with Intestinal Lymphangiectasia. Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 28, n. 3, p. 809–817, 27 mar. 2014.
Puigdemont, A. et al. Immunologic responses against hydrolyzed soy protein in dogs with experimentally induced soy hypersensitivity. American Journal of Veterinary Research, v. 67, n. 3, p. 484–488, mar. 2006.
Rossi, G. et al. Rapid Resolution of Large Bowel Diarrhea after the Administration of a Combination of a High-Fiber Diet and a Probiotic Mixture in 30 Dogs. Veterinary Sciences, v. 7, n. 1, p. 21, 10 fev. 2020.
Rudinsky, A. J. et al. Dietary management of presumptive protein-losing enteropathy in Yorkshire terriers. Journal of Small Animal Practice, v. 58, n. 2, p. 103–108, fev. 2017.
Tortola, L. et al. Uso de psyllium para controle de constipação em cães. Ciência Rural, v. 39, n. 9, p. 2638–2641, 1 dez. 2009.
Ziese, A.-L.; Suchodolski, J. S. Impact of Changes in Gastrointestinal Microbiota in Canine and Feline Digestive Diseases. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 51, n. 1, p. 155–169, jan. 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Archives of Veterinary Science

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.











