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CARACTERIZAÇÃO SOCIAL, PRODUTIVA E SANITÁRIA DE CRIAÇÕES DE RUMINANTES EM ASSENTAMENTOS RURAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO NA PERSPECTIVA DA EPIDEMIOLOGIA CRÍTICA

Sebastião André Barbosa Junior, Clara Almeida de Albuquerque, Manoel Aleixo Batista Neto, Janaína da Silva Ferreira, Taile Katiele Souza de Jesus, Jaqueline Bianque de Oliveira, Aderaldo Alexandrino de Freitas, Huber Rizzo

Abstract


Objetivou-se realizar uma caracterização social, produtiva e sanitária de criações de ruminantes em assentamentos rurais no estado de Pernambuco. O estudo foi desenvolvido nos assentamentos rurais Mato Grosso, Jardim, Serra Grande, Chico Mendes III e Concórdia e Santa Cruz, com a abordagem da Epidemiologia Crítica, utilizando a entrevista estruturada e três técnicas do diagnóstico rural participativo (DRP): mapa falado, diagrama de Venn e o diagrama de fluxo. A maioria dos entrevistados (76,6%) era constituída por homens, a média de idade foi de 52,3 anos, com baixa escolaridade, 40,4% com ensino fundamental incompleto e 27,6% não tiveram acesso ao estudo. A renda familiar prevalente (91,4%) foi de um até três salários mínimos. Existia uma escola em três assentamentos, muitas dificuldades no acesso aos serviços de saúde, condições precárias de infraestrutura e escassez de políticas públicas de Assistência Técnica e Extensão Rural. A espécie bovina foi a mais presente nas criações, tendo estas como finalidade a engorda dos animais. O principal sistema de criação utilizado foi o semiextensivo (82,9%) e as principais doenças mencionadas nos bovinos foram verminoses e infestação por carrapatos (91,5%), e para os caprinos e ovinos, verminoses (85,3%) e onfalite (58,3%). Dessa forma, sugere-se que as precárias condições nas criações de ruminantes em assentamentos rurais de Pernambuco são parte do contexto de inequidade social dos territórios, sendo consequência histórica e estrutural da questão agrária no país, mostrando dessa forma a determinação social no processo saúde-doença também nas populações animais.

Keywords


agricultura familiar camponesa; determinação social da saúde; enfoque social da pecuária; diagnóstico rural participativo; saúde animal.



DOI: http://dx.doi.org/10.5380/avs.v27i3.81829