CARACTERIZAÇÃO SOCIAL, PRODUTIVA E SANITÁRIA DE CRIAÇÕES DE RUMINANTES EM ASSENTAMENTOS RURAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO NA PERSPECTIVA DA EPIDEMIOLOGIA CRÍTICA
Abstract
Objetivou-se realizar uma caracterização social, produtiva e sanitária de criações de ruminantes em assentamentos rurais no estado de Pernambuco. O estudo foi desenvolvido nos assentamentos rurais Mato Grosso, Jardim, Serra Grande, Chico Mendes III e Concórdia e Santa Cruz, com a abordagem da Epidemiologia Crítica, utilizando a entrevista estruturada e três técnicas do diagnóstico rural participativo (DRP): mapa falado, diagrama de Venn e o diagrama de fluxo. A maioria dos entrevistados (76,6%) era constituída por homens, a média de idade foi de 52,3 anos, com baixa escolaridade, 40,4% com ensino fundamental incompleto e 27,6% não tiveram acesso ao estudo. A renda familiar prevalente (91,4%) foi de um até três salários mínimos. Existia uma escola em três assentamentos, muitas dificuldades no acesso aos serviços de saúde, condições precárias de infraestrutura e escassez de políticas públicas de Assistência Técnica e Extensão Rural. A espécie bovina foi a mais presente nas criações, tendo estas como finalidade a engorda dos animais. O principal sistema de criação utilizado foi o semiextensivo (82,9%) e as principais doenças mencionadas nos bovinos foram verminoses e infestação por carrapatos (91,5%), e para os caprinos e ovinos, verminoses (85,3%) e onfalite (58,3%). Dessa forma, sugere-se que as precárias condições nas criações de ruminantes em assentamentos rurais de Pernambuco são parte do contexto de inequidade social dos territórios, sendo consequência histórica e estrutural da questão agrária no país, mostrando dessa forma a determinação social no processo saúde-doença também nas populações animais.
Keywords
agricultura familiar camponesa; determinação social da saúde; enfoque social da pecuária; diagnóstico rural participativo; saúde animal.
Full Text:
PDF (Português (Brasil))DOI: http://dx.doi.org/10.5380/avs.v27i3.81829