SÍNDROME DO FILHOTE NADADOR EM AMERICAN BULLY - RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.77500Palavras-chave:
cão, hipoplasia, locomoçãoResumo
RESUMO: A síndrome do filhote nadador ou hipoplasia miofibrilar, corresponde a um transtorno infrequente em pequenos animais decorrente da frouxidão ligamentar principalmente das articulações coxo-femoral e ligamentos escapulares, que afeta principalmente filhotes caninos (NGANVONGPANIT; YANO, 2013). Sua etiologia é desconhecida, mas sabe-se que existem raças predispostas e fatores ambientais e nutricionais que contribuem para o agravamento da doença (YARDIMCI et al., 2009). Os sinais clínicos tornam-se visíveis na segunda ou terceira semana de vida durante o período de aprendizagem da marcha (NGANVONGPANIT; YANO, 2013). O objetivo deste resumo é descrever o caso de um cão, macho, com 50 dias que foi atendido na Clínica Ducão Veterinária, Caxias do Sul/RS, pesando 2,1 kg, da raça American Bully, com diagnóstico sugestivo de síndrome do filhote nadador. O paciente apresentava queixa principal de dificuldade locomotora apresentando abdução dos membros torácicos a partir dos 43 dias de vida. Ao exame físico não houveram alterações de parâmetros fisiológicos, bem como no exame ortopédico e neurológico, porém, verificou-se deformidade extensora em membros torácicos, conferindo aspecto de abdução. Diante do histórico e quadro clínico do paciente, suspeitou-se de um possível déficit nutricional e foi instituído tratamento clínico com aplicação intravenosa de cálcio (75 mg/animal), associado a ração super premium e ao uso de suplemento vitamínico e mineral (Cal-d-Mix®). Após cinco dias de tratamento, o paciente não apresentou um resultado satisfatório e solicitou-se exame radiográfico simples de membros torácicos direito e esquerdo, revelando que as linhas de crescimento apresentaram-se discretamente abertas para o esqueleto imaturo correspondente, além de deslocamento cranial do rádio em relação à ulna (bilateral), porém sem indícios de desvio de eixo ósseo, sugerindo possibilidade de hipoplasia miofibrilar. O tratamento prescrito baseou-se em adicionar o uso de bandagem feita de esparadrapos em forma de oito (algemas), mantendo os membros torácicos em posição anatômica ideal e estável. Também recomendou-se a fisioterapia com intuito de aumentar o tônus muscular, ativar a coordenação e estimular a mobilidade articular correta. A dieta manteve-se como a indicada inicialmente, atentando-se ao ganho de peso do animal que pode resultar em fragilidade dos membros. Instruiu-se o tutor a manter o paciente em ambiente com piso antiderrapante que contribui de forma relevante para sua recuperação. Em seu primeiro retorno, após 48 horas, o cão apresentou uma melhora significativa, sendo possível apoiar os dígitos de ambos os membros. Ao completar sete dias de tratamento, houve melhora completa, sendo notável deambulação e postura adequada. A síndrome do filhote nadador manifesta uma sintomatologia diversificada, revelando uma origem multifatorial, o que torna difícil a compreensão da etiologia desta afecção. No entanto, as deformações são susceptíveis a regressão com tratamento clínico não invasivo e os pacientes são capazes de voltar a normalidade (YARDIMCI et al., 2009). Em geral, os animais tratados precocemente com acompanhamento periódico, apresentam uma maior chance de regressão das lesões e um melhor desenvolvimento (NGANVONGPANIT; YANO, 2013). O paciente em questão foi diagnosticado e deu início ao tratamento aos 43 dias de vida apresentando uma melhora significativa após sete dias.
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