PNEUMONIA FÚNGICA POR Candida albicans EM CORUJA-SUINDARA (Tyto furcata) – RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.76914Palavras-chave:
medicina veterinária, candidose pulmonar, micologia, estringiformes, ornitopatologiaResumo
Os fungos são importantes agentes etiológicos de afecções em aves, apresentando diversas formas clínicas. A inalação dos esporos liberados na reprodução fúngica é a principal forma de infecção, seguida da ingestão de alimentos contaminados (FRAGA, 2014). Dentre todas as espécies, algumas são mais patogênicas e apresentam uma maior casuística, como por exemplo a Candida albicans, responsável por causar principalmente problemas digestórios. A C. albicans é uma levedura comensal na microbiota das aves, porém as mesmas podem se tornar patogênicas em casos de imunossupressão ou desequilíbrio na microbiota saprófita. Os principais fatores que levam a esse desequilíbrio são o estresse, manejo inadequado do cativeiro, antibioticoterapia e corticoterapia prolongadas, desnutrição, alta densidade populacional, doenças pré-existentes, alterações climáticas e característica do próprio patógeno. Identificar a virulência do fungo é de suma importância para o prognóstico, observado pela formação de filamentos e a produção das enzimas proteinases e fosfolipases (LOURENÇO, 2014). Essas enzimas causam formação de poros na membrana celular, tornando-as mais susceptíveis a invasão e prejudicando as funções normais das células. Os sinais clínicos variam de acordo com o local afetado, podendo ser observadas disfunções no trato gastrointestinal, levando à regurgitação, diarreia, dilatação do proventrículo associados à processos inflamatórios, é possível observar também conjuntivite, além de alterações no sistema respiratório, desde as narinas, seguindo pela traqueia e atingindo os pulmões e sacos aéreos. O presente trabalho possui como objetivo relatar um caso de pneumonia micótica causada pela infecção de C. albicans em um exemplar de Coruja-suindara (Tyto furcata), encaminhada para necropsia no Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) na Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Setor Palotina. Uma coruja, fêmea, adulta pesando 298 gramas, foi encaminhada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) de Toledo para o Hospital Veterinário – UFPR Setor Palotina para avaliação na Clínica Médica e Cirúrgica de Animais Silvestres, onde constatou-se fratura exposta do membro torácico direito. Realizou-se tratamento de suporte e amputação do membro afetado e no dia seguinte, o animal apresentou discreto ruído respiratório com sinais de dispneia, indo a óbito em poucas horas. No exame macroscópico, observou-se bom escore corporal, mucosas levemente pálidas, o fígado apresentava manchas amareladas multifocais moderadas e não foram visualizadas alterações pulmonares. Entretanto, na avaliação histológica, observou-se uma pneumonia intersticial linfohistioplasmocitária difusa acentuada, além de áreas focalmente extensas de necrose e no lúmen de múltiplos capilares aéreos, notou-se acentuada quantidade de estruturas leveduriformes multifocais acentuadas, compatíveis com Candida albicans. Realizou-se a coloração de Ácido Periódico de Schiff, específica para fungos, onde obteve-se resultado positivo para as estruturas. Diante dos achados microscópicos, o diagnóstico corrobora com o quadro de pneumonia causada pela C. albicans. Ressalta-se a importância da avaliação necroscópica e histopatológica, além do uso de colorações especiais para correto diagnóstico de afecções respiratórias em aves silvestres.
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