DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO CONSERVATIVO EM FRATURAS DE PELVE EM CATETO (Pecari tajacu, LINNAEUS 1758): RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.76470Palavras-chave:
Medicina ZoológicaResumo
Os catetos (Pecari tajacu, Linnaeus 1758) são animais presentes em quase todo território brasileiro, podem ser encontrados em diversos habitats, variando de florestas tropicais úmidas a regiões desérticas. Pertencem à família Tayassuidae, e atuam de maneira relevante no equilíbrio dos ecossistemas nos quais são encontrados, pois são dispersores de sementes e predadores eficazes. Sob cuidados humanos podem ser mantidos em zoológicos, criatórios conservacionistas e científicos, também podendo ser criados para finalidade comercial. Um exemplar macho de cateto, com cerca de três anos de idade, mantido em um parque fazenda localizado na cidade de São Bernardo do Campo/SP, apresentou quadro de claudicação em membro pélvico esquerdo, tremores e apatia. O animal não possui histórico de trauma conhecido e na inspeção, não foram identificadas lacerações de pele ou edemas locais. Considerando a biologia e comportamento da espécie que é pouco tolerante ao toque podendo apresentar sinais de agressividade, e levando em conta os sinais observados optou-se pela realização de exame radiográfico para complementar o diagnóstico. Para a obtenção das imagens, foi realizada contenção química utilizando xilazina (2 mg/kg), cetamina (1 mg/kg) e diazepam (0,5 mg/kg), por via intramuscular. Com o animal anestesiado radiografou-se o membro pélvico esquerdo e a pelve nas posições laterolateral, ventrodorsal e mediolateral. No exame radiográfico, identificou-se fratura completa de espinha isquiática bilateral com presença de esquírolas adjacentes. Em tábua de ísquio esquerdo identificou-se uma fratura simples e completa com desvio medial do eixo ósseo anatômico. Em sínfise púbica, identificou-se uma fratura simples e completa apresentando desvio lateral esquerdo. A avaliação dos sintomas somadas às evidências dos exames de imagem levaram a conclusão de que o trauma era recente. Desta forma, optou-se pela abordagem conservativa de tratamento, uma vez que as características das fraturas apresentadas não eram indicativas de tratamento cirúrgico. O indivíduo foi mantido em uma baia, com substrato de maravalha, com cerca de 2m2 com a finalidade de restringir movimentos. A terapêutica escolhida, utilizou carprofeno (4 mg/kg), cloridrato de tramadol (4 mg/kg) e dipirona (25 mg/kg), todos ofertados uma vez ao dia, juntamente com uma das refeições, por sete dias. Após dois dias de tratamento foi observada melhora do quadro de apatia e tremores, e após cinco dias, melhora expressiva da claudicação. Antes de receber alta clínica o animal será submetido a realização de novas projeções radiográficas para avaliação da cicatrização óssea. Conclui-se que o exame radiográfico é essencial para o diagnóstico de fraturas de pelve, especialmente se tratando de animais silvestres, que neste caso, o tratamento conservativo foi uma boa opção de terapêutica para o paciente e que pode ser recomendado para o tratamento de casos similares em Tayassuídeos.
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