ASPECTOS HISTOPATOLÓGICOS DE CARCINOMA DE CELULAS ESCAMOSAS DA MATRIZ UNGUEAL EM UM CÃO - RELATO DE CASO

Autores

  • Joana Cristina Smaha de Jesus Lima Pós Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil.
  • Karim Cristhine Pase Montagnini Pós Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil.
  • Carolina Fontana Pós Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil.
  • Juliana das Chagas Goulart Residente no Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil
  • Arthur Colombari Cheng Residente no Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil.
  • Nicolle Glaeser Pelosi Cursando atualmente formação em Técnico em Agropecuária com finalização prevista para 2021. Atualmente é aluna de Iniciação cientifica ensino Médio (IC-EM) bolsista CNPQ com projeto em desenvolvimento na UFPR - Setor Palotina intitulado "Comparação de procedimentos de coleta e processamento para integridade tecidual de intestino de frangos de corte não desafiados".
  • Aline de Marco Viott Professor Adjunto de Patologia Veterinária, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.76453

Palavras-chave:

canino, epitelial, idosos, neoplasia

Resumo

O carcinoma de células escamosas (CCE) também conhecido como carcinoma espinocelular (CEC) ou carcinoma epidermoide, é um tumor epidermal com diferenciação escamosa, sendo comum em felinos, bovinos, equinos e cães e menos frequente em pequenos ruminantes e suínos. O principal fator predisponente para esse tipo de neoplasia na pele é a exposição prolongada à luz solar, bem como áreas despigmentadas da pele ou com ausência ou escassez de pelos. Em cães, os animais idosos são os mais acometidos, sendo a cabeça, o abdome, os membros e o períneo os locais comumente encontrados (CONCEIÇÃO & LOURES, 2016). Diante disto, relata-se um caso de carcinoma de células escamosas da matriz ungueal em um canino, diagnosticado pelo Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Setor Palotina, abordando os achados histopatológicos. Foi atendido no Hospital Veterinário da UFPR, um canino, fêmea, Poodle, com 13 anos de idade, o qual apresentava um nódulo no meio do dígito lateral direito do membro torácico direito, com crescimento externo semelhante a unha. O paciente foi submetido a cirurgia, para a exérese do nódulo, porém após alguns meses ocorreu recidiva no mesmo local, com crescimento exacerbado, comprometendo totalmente o digito. Diante disto, realizou-se a amputação, sendo o mesmo remetido ao LPV. Macroscopicamente, o dígito apresentava pele pilosa, medindo 3,0 x 2,5 cm, contendo nódulo duro próximo à úngula; ao corte apresentava consistência firme, homogêneo e amarelado. Microscopicamente, observou-se proliferação neoplásica de células epiteliais da matriz ungueal, altamente celular, bem delimitada, de crescimento expansivo não encapsulado que invadia a falange óssea. Notou-se a formação de ilhas de células neoplásicas com acentuada disqueratose e formação de “pérolas de queratina” irregulares. O estroma era moderado, composto por tecido fibrovascular. O citoplasma das células era amplo, não delimitado e eosinofílico; o núcleo era excêntrico, redondo à ovalado, com cromatina frouxa e nucléolo evidente e múltiplo. Anisocitose, anisocariose e pleomorfismo celular moderados; também notou-se aumento difuso moderado das camadas da epiderme, formando projeções digitiformes para a derme (acantose). Os achados macroscópicos e microscópicos são compatíveis com carcinoma de células escamosas da matriz ungueal. O carcinoma de células escamosas da matriz ungueal é um tumor com baixa frequência em cães e muito raramente em gatos e a maioria dos animais acometidos possui sete anos ou mais, embora cães com menos idade já foram diagnosticados. Existe uma alta predileção por cães de grande porte e de pelame preto, esta relação ainda permanece obscura (GLOSS et al., 2009). Portanto, apesar de incomum, o CCE deve ser considerado um diagnóstico diferencial nos tumores em dígitos, assim como, ressalta-se o exame histopatológico como uma ferramenta de grande importância no diagnóstico de alterações que acometem a pele, proporcionando o tratamento adequado.

Biografia do Autor

Joana Cristina Smaha de Jesus Lima, Pós Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil.

Graduada em Medicina Veterinária, pelo Centro Universitário Integrado de Campo Mourão - PR. Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da Universidade Federal do Paraná - UFPR, Setor Palotina. Linha de Pesquisa: Patologia Animal.

 

Karim Cristhine Pase Montagnini, Pós Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil.

Médica Veterinária com graduação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Setor Palotina (2018). Possui residência na área de Anatomia Patológica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Setor Palotina e atualmente é discente no Programa de Pós Graduação em Ciência Animal, pela mesma instituição, na linha de pesquisa em Patologia Animal. Possui interesse na área de Patologia Veterinária.

Carolina Fontana, Pós Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil.

Médica Veterinária formada pela Universidade Federal do Paraná-Setor Palotina. Residência no Programa de Residência Uniprofissional e Medicina Veterinária- Medicina de Animais Selvagens na Universidade Federal do Mato Grosso- Campus Cuiabá Mestranda em Patologia Animal do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal do Paraná - Setor Palotina

Juliana das Chagas Goulart, Residente no Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (2017). Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Patologia Clínica Veterinária e Patologia Veterinária.

Arthur Colombari Cheng, Residente no Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil.

Graduando de Medicina Veterinária na UFPR - Setor Palotina. Atualmente é Residente no Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil.

Nicolle Glaeser Pelosi, Cursando atualmente formação em Técnico em Agropecuária com finalização prevista para 2021. Atualmente é aluna de Iniciação cientifica ensino Médio (IC-EM) bolsista CNPQ com projeto em desenvolvimento na UFPR - Setor Palotina intitulado "Comparação de procedimentos de coleta e processamento para integridade tecidual de intestino de frangos de corte não desafiados".

Cursando atualmente formação em Técnico em Agropecuária com finalização prevista para 2021. Atualmente é aluna de Iniciação cientifica ensino Médio (IC-EM) bolsista CNPQ com projeto em desenvolvimento na UFPR - Setor Palotina intitulado "Comparação de procedimentos de coleta e processamento para integridade tecidual de intestino de frangos de corte não desafiados".

Aline de Marco Viott, Professor Adjunto de Patologia Veterinária, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2003) e mestrado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (2006). Possui doutorado em ciência animal na área de concentração de patologia veterinária pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é professora adjunta de patologia veterinária na Universidade Federal do Paraná e professora e orientadora do programa de pós- graduação em ciência animal da UFPR- Setor Palotina. Participa como tutora do Programa de Residencia Multiprofissional da UFPR - Setor Palotina, na área de Patologia Veterinária. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Anatomia Patologia Animal, atuando principalmente nos seguintes temas: patologia suína e enteropatogenos.

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Publicado

2020-12-22

Como Citar

Smaha de Jesus Lima, J. C., Pase Montagnini, K. C., Fontana, C., Goulart, J. das C., Cheng, A. C., Pelosi, N. G., & Viott, A. de M. (2020). ASPECTOS HISTOPATOLÓGICOS DE CARCINOMA DE CELULAS ESCAMOSAS DA MATRIZ UNGUEAL EM UM CÃO - RELATO DE CASO. Archives of Veterinary Science, 25(5). https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.76453

Edição

Seção

I Semana Acadêmica da Pós-Graduação em Ciências Veterinárias UFPR