MENINGOENCEFALITE NECROSUPURATIVA SECUNDÁRIA POR OTITE INTERNA EM UM CANINO - RELATO DE CASO

Autores

  • Joana Cristina Smaha de Jesus Lima Pós Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil
  • Karim Cristhine Pase Montagnini Pós Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil
  • Carolina Fontana Pós Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil
  • Juliana das Chagas Goulart Residente no Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil
  • Arthur Colombari Cheng Residente no Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil.
  • Estela Dall’Agnol Gianezini Residente em Pequenos Animais pelo programa de Residência Multiprofissional em Área Profissional da Saúde da Universidade Federal do Paraná - Setor Palotina.
  • Nicolle Glaeser Pelosi Cursando atualmente formação em Técnico em Agropecuária com finalização prevista para 2021. Atualmente é aluna de Iniciação cientifica ensino Médio (IC-EM) bolsista CNPQ com projeto em desenvolvimento na UFPR - Setor Palotina intitulado "Comparação de procedimentos de coleta e processamento para integridade tecidual de intestino de frangos de corte não desafiados".
  • Aline de Marco Viott Professor Adjunto de Patologia Veterinária, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.76431

Palavras-chave:

canino, meningite, osteomielite.

Resumo

A otite interna é a inflamação do ouvido interno, geralmente por extensão das otites médias. As causas bacterianas são as mais comuns e uma das complicações da otite interna, principalmente do tipo supurada, é a meningoencefalite, decorrente da proximidade do encéfalo com o ouvido interno (SANTOS & ALESSI, 2016). Diante disto, relata-se um caso de meningoencefalite causada por otite média em um canino assim como os achados clínicos e patológicos evidenciados. Foi atendido no Hospital Veterinário, um canino, macho, labrador, sem informe de idade, que apresentava há duas semanas head tilt, meneios cefálicos e paresia. No exame físico, constatou-se otite média e interna. Segundo histórico clínico após realizado o tratamento, o paciente obteve melhora. Após cinco dias de alta clínica, o paciente retornou para atendimento apresentando piora abrupta do quadro. Em decorrência do grave estado clínico, optou-se pela eutanásia, e o cadáver foi encaminhado para a necropsia. Macroscopicamente, constatou-se moderado espessamento da pele, com oclusão do canal auditivo externo e secreção de coloração amarelada em ouvido direito (otite crônica). No hemisfério parietal e temporal direito e no assoalho encefálico havia um coágulo focalmente extenso moderado que comprimia o tecido nervoso. Notava-se também a presença moderada pus na bula timpânica direita. Microscopicamente, observou-se no córtex encefálico, meningite com perivasculite linfohistioplasmocitária, hiperemia acentuada, necrose focalmente extensa acentuada, além de presença de células inflamatórias polimorfonucleares e fibrina. Os achados macroscópicos e microscópicos são compatíveis com meningoencefalite, em decorrência da extensão de uma otite interna. A otite interna resulta da extensão da otite média, a qual pode ocorrer com ou sem osteomielite da parte petrosa do osso temporal. Com o tempo e a gravidade, as lesões progridem de forma retrógrada através do meato acústico interno em direção à cavidade craniana, resultando em meningite, ventriculite e encefalite (ZACHARY, 2018). Portanto, as otites internas devem ser consideradas como diferencial em casos de alterações neurológicas.

Biografia do Autor

Joana Cristina Smaha de Jesus Lima, Pós Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil

Graduada em Medicina Veterinária, pelo Centro Universitário Integrado de Campo Mourão - PR. Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da Universidade Federal do Paraná - UFPR, Setor Palotina. Linha de Pesquisa: Patologia Animal.

 

Karim Cristhine Pase Montagnini, Pós Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil

Médica Veterinária com graduação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Setor Palotina (2018). Possui residência na área de Anatomia Patológica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Setor Palotina e atualmente é discente no Programa de Pós Graduação em Ciência Animal, pela mesma instituição, na linha de pesquisa em Patologia Animal. Possui interesse na área de Patologia Veterinária.

Carolina Fontana, Pós Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil

Médica Veterinária formada pela Universidade Federal do Paraná-Setor Palotina. Residência no Programa de Residência Uniprofissional e Medicina Veterinária- Medicina de Animais Selvagens na Universidade Federal do Mato Grosso- Campus Cuiabá Mestranda em Patologia Animal do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal do Paraná - Setor Palotina

Juliana das Chagas Goulart, Residente no Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (2017). Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Patologia Clínica Veterinária e Patologia Veterinária. Atualmente é Residente no Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil

Arthur Colombari Cheng, Residente no Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil.

Graduando de Medicina Veterinária na UFPR - Setor Palotina. Atualmente é Residente no Laboratório de Anatomia Patológica, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil.

Estela Dall’Agnol Gianezini, Residente em Pequenos Animais pelo programa de Residência Multiprofissional em Área Profissional da Saúde da Universidade Federal do Paraná - Setor Palotina.

Médica Veterinária graduada pela Universidade Federal do Paraná - Setor Palotina (2017). Atualmente está realizando especialização lattu sensu em Clínica Médica de Pequenos Animais pelo programa de Residência Multiprofissional em Área Profissional da Saúde da Universidade Federal do Paraná - Setor Palotina. Possui interesse em clínica e cirurgia de pequenos animais.

Nicolle Glaeser Pelosi, Cursando atualmente formação em Técnico em Agropecuária com finalização prevista para 2021. Atualmente é aluna de Iniciação cientifica ensino Médio (IC-EM) bolsista CNPQ com projeto em desenvolvimento na UFPR - Setor Palotina intitulado "Comparação de procedimentos de coleta e processamento para integridade tecidual de intestino de frangos de corte não desafiados".

Cursando atualmente formação em Técnico em Agropecuária com finalização prevista para 2021. Atualmente é aluna de Iniciação cientifica ensino Médio (IC-EM) bolsista CNPQ com projeto em desenvolvimento na UFPR - Setor Palotina intitulado "Comparação de procedimentos de coleta e processamento para integridade tecidual de intestino de frangos de corte não desafiados".

Aline de Marco Viott, Professor Adjunto de Patologia Veterinária, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, Palotina, Brasil

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2003) e mestrado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (2006). Possui doutorado em ciência animal na área de concentração de patologia veterinária pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é professora adjunta de patologia veterinária na Universidade Federal do Paraná e professora e orientadora do programa de pós- graduação em ciência animal da UFPR- Setor Palotina. Participa como tutora do Programa de Residencia Multiprofissional da UFPR - Setor Palotina, na área de Patologia Veterinária. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Anatomia Patologia Animal, atuando principalmente nos seguintes temas: patologia suína e enteropatogenos.

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Publicado

2020-12-22

Como Citar

Smaha de Jesus Lima, J. C., Pase Montagnini, K. C., Fontana, C., Goulart, J. das C., Cheng, A. C., Gianezini, E. D., … Viott, A. de M. (2020). MENINGOENCEFALITE NECROSUPURATIVA SECUNDÁRIA POR OTITE INTERNA EM UM CANINO - RELATO DE CASO. Archives of Veterinary Science, 25(5). https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.76431

Edição

Seção

I Semana Acadêmica da Pós-Graduação em Ciências Veterinárias UFPR