O ENSINO DE ANATOMIA COM A UTILIZAÇÃO DE OSSOS EMBLOCADOS EM RESINA CRISTAL

Autores

  • Marcella Joanna Nazzari Médica Veterinária Autônoma
  • Luana Celia Stunitz da Silva UFPR-Setor Palotina
  • Lais Cristine Werner Unicentro

DOI:

https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.76382

Palavras-chave:

coelho, osteologia, técnica anatômica

Resumo

Compondo o currículo dos cursos da área da saúde de forma geral e sendo uma disciplina que demanda grande assimilação, a anatomia oferece aos estudantes maior dificuldade de entendimento e de aplicabilidade dos assuntos. Um dos temas que necessita de grande memorização é a osteologia, pois apresenta diversos nomes de estruturas e acidentes ósseos muitas vezes de difícil compreensão e aprendizado. No propósito de oferecer um ensino anatômico dinâmico e aplicado, associando conteúdos e estimulando o interesse dos estudantes, esse trabalho teve a finalidade de utilizar a técnica anatômica designada de emblocamento para que alguns ossos de coelho (Oryctolagus cuniculus) fossem apresentados aos estudantes de forma diferenciada, além de contribuir para a maior resistência e durabilidade das peças. É importante destacar que por serem ossos pequenos e frágeis, esta técnica foi escolhida como forma de preservação mais efetiva do material. Oriundo de doação do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná – Setor Palotina por falecimento por motivos naturais, um coelho macho adulto contribuiu para que esta técnica pudesse ser executada. O animal teve sua pele e musculatura retirados para posterior maceração dos ossos por cozimento, que levou em torno de 15 minutos, sendo as peças colocadas em água já fervente. Em seguida, tais estruturas foram novamente limpas com o objetivo de retirada mais detalhada de material orgânico restante, para então novamente serem fervidos em água (aproximadamente 3 minutos) e depois imersos por aproximadamente 15 minutos em solução de peróxido de hidrogênio (200v) para branqueamento. A finalização da limpeza dos ossos foi realizada com a exposição ao sol do material e posterior aplicação de verniz fosco em spray. Para o emblocamento foi utilizada resina cristal misturada ao monômero de estireno e catalizador (butanox) na proporção de 8:2:1. A preparação foi despejada em caixas previamente feitas de folha de acetato de tamanho variável e condizente com os ossos escolhidos para o processo, até a metade de sua altura, para então ser alocado o osso no interior da caixa e parcialmente mergulhado na primeira quantia de resina despejada, tomando-se o cuidado para o mesmo não afundar ou formar bolhas de ar. Na mesma etapa o nome do osso e a espécie eram identificados por meio de impressão em folha de acetato e inclusão desse cartão no bloco. Para finalização do processo, vertia-se a mesma preparação inicial de resina até o topo da caixa. Após cerca de 24 horas as peças foram retiradas da caixa e alguns acabamentos com lixa foram feitos para deixar o bloco mais apresentável e translúcido. Com este material compondo a osteoca de estudo da disciplina, foi observada melhor conservação das peças, facilitamento na identificação de estruturas ósseas e de forma geral o aprendizado e a qualidade de ensino somaram pontos positivos, além de ser um material disponível para exposições vinculadas ao curso. Ressalta-se que, para materiais maiores tais como ossos de cães e gatos, a execução ficará mais onerosa tendo em vista o maior volume de resina a ser utilizado.

Biografia do Autor

Marcella Joanna Nazzari, Médica Veterinária Autônoma

Médica Veterinária Autônoma

Luana Celia Stunitz da Silva, UFPR-Setor Palotina

Departamento de Biociências, Área de Anatomia Animal.

Lais Cristine Werner, Unicentro

Departamento de Medicina Veterinária, Área de Anatomia Animal.

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Publicado

2020-12-22

Como Citar

Nazzari, M. J., da Silva, L. C. S., & Werner, L. C. (2020). O ENSINO DE ANATOMIA COM A UTILIZAÇÃO DE OSSOS EMBLOCADOS EM RESINA CRISTAL. Archives of Veterinary Science, 25(5). https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.76382

Edição

Seção

I Semana Acadêmica da Pós-Graduação em Ciências Veterinárias UFPR