REABILITAÇÃO FUNCIONAL DE UM CANINO COM LESÃO TRAUMÁTICA BILATERAL NAS ARTICULAÇÕES CÁRPICAS – RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.5380/avs.v15i5.75999Palavras-chave:
cinesioterapia, laserterapia, ultrassom terapêuticoResumo
O presente relato visou a utilização da fisioterapia com o propósito de reduzir a contratura articular e dos tendões flexores cárpicos, reeducar a contratura muscular e favorecer o realinhamento postural em um quadro de lesão traumática. Foi atendido no setor de fisioterapia do hospital veterinário da UDESC, um canino, macho, SRD, com dois meses de idade. O animal não possuía histórico pregresso, pois havia sido resgatado recentemente. No exame físico, observou-se deformidade flexural em ambos os membros torácicos, com locomoção apoiada sobre o carpo dorsalmente, os quais apresentavam calos de apoio. No exame radiográfico, verificou-se subluxação radiocárpica e carpometacárpica esquerda e aumento de volume com radiopacidade em tecidos moles bilateralmente. Com base nos achados, o diagnóstico resultou em lesão traumática bilateral. O protocolo consistiu nas modalidades de laserterapia, ultrassom terapêutico e cinesioterapia, realizando-se 36 sessões com intervalo de 48 horas. A laserterapia (AsGa 904 nm) foi utilizada na dosimetria de 5 J/cm² com aplicação pontual e equidistante em 8 pontos circundantes à região cárpica bilateralmente. O ultrassom terapêutico foi empregado em modo contínuo, frequência de 3 MHz, intensidade de 0,3 W/cm², em movimentos oscilatórios sobre os tendões flexores do carpo durante 3 min. A cinesioterapia constituiu-se de exercícios proprioceptivos de extensão da articulação radiocárpica, sendo executados 10 ciclos em cada membro. Ao final das sessões, uma bandagem ortopédica do tipo Robert-Jones modificada era adaptada da região distal do rádio até a região distal do carpo. Em relação à evolução do paciente, ao final da 3ª sessão, observou-se o início do apoio dos membros torácicos ao solo com os carpos estendidos, embora o posicionamento ainda não fosse adequado e houvesse uma menor extensão do carpo esquerdo quando comparado ao direito. O posicionamento incorreto do apoio reduziu progressivamente, ao passo que houve diminuição significativa da contratura muscular e articular ao término da 9ª sessão. A bandagem ortopédica foi utilizada até a 11ª sessão, quando a amplitude dos movimentos de extensão e flexão cárpicas e a sustentação do peso passaram a ser executados em postura correta. Entre a 12ª e 18ª sessão, houve progresso no realinhamento postural dos membros e na sustentação adequada do peso. Entre a 19ª e 36ª sessão, o animal apresentava postura apropriada tanto em estação quanto em marcha, havendo o acompanhamento em razão do período de crescimento do animal. Considera-se que a laserterapia tenha auxiliado no restabelecimento da postura correta das articulações dos membros torácicos e na resolução dos calos de apoio. Ao ultrassom terapêutico atribuiu-se a resolução da contratura muscular e articular, especialmente por suas propriedades térmicas. À cinesioterapia atribuiu-se o auxilio no ganho de amplitude dos movimentos e na prevenção aos danos articulares gerados pelo desuso, enquanto que a bandagem auxiliou na manutenção do posicionamento ortostático da articulação, evitando lesões secundárias (VICENTE; HUMMEL, 2019). Pode-se concluir que as modalidades fisioterapêuticas empregadas demostraram-se eficazes e seguras para o paciente deste relato, uma vez que os objetivos estipulados foram alcançados com êxito e pode-se verificar uma melhora satisfatória no restabelecimento do uso funcional dos membros torácicos do paciente.
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