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ANESTESIA POR INFUSÃO INTRAVENOSA CONTÍNUA EM Tapirus terrestris (ANTA BRASILEIRA), PELA ASSOCIAÇÃO DE DETOMIDINA OU XILAZINA, COM MIDAZOLAM E QUETAMINA

JOSÉ ROBERTO VAZ FERREIRA

Abstract



A manutenção da anta brasileira em cativeiro vem contribuindo para a sua preservação.
Todavia, o manejo destes animais pode necessitar de contenção química, haja visto que a
contenção mecânica é um método arriscado nesta espécie. Poucos estudos foram realizados
em relação à anestesia desses animais. Este trabalho objetivou pesquisar dois protocolos
anestésicos em antas. Foram realizados dois grupos experimentais com 6 animais adultos
cada, sendo 5 deles utilizados em ambos os grupos. A MPA foi procedida pela administração
intramuscular (IM) de 0,05 mg/kg de detomidina (DMQ) ou 1 mg/kg de xilazina (XMQ). A
indução anestésica deu-se pela associação de 0,1 mg/kg de midazolam com 2 mg/kg de
quetantina, pela via intravenosa (IV), em ambos os grupos, 15 minutos após a MPA. A
anestesia foi mantida por 60 minutos, pela infusão IV contínua de uma solução de NaCl a 0,9
%, contendo 0,04 mg/ml de detomidina (DMQ) ou 1,72 mg/ml de xilazina (XMQ), com 0,1
mg/ml de midazolam e 4 mg/ml de quetamina, na taxa de 1 ml/kg/h. Os parâmetros aferidos
foram as freqüências cardíaca e respiratória, temperatura retal, hemogasometria venosa
(pressão de oxigênio (PvO2), saturação de oxigênio na hemoglobina, pressão de dióxido de
carbono (PvCO2), concentração total de dióxido de carbono, pH e bicarbonato), eletrólitos
(cálcio, sódio e potássio), hematócrito, hemoglobina, glicose e cortisol plasmáticos, resposta
reflexa a estímulos oculares, interdigital e anal, qualidade de relaxamento muscular e a
sensibilidade cutânea à dor. Ambos os protocolos produziram anestesia segura, com efeitos de
magnitude semelhante, com mínima depressão cardiorrespiratória, elevação da glicemia, bom
miorrelaxamento e ausência de sensibilidade cutânea à dor. No grupo em que utilizou-se
detomidina houve menor elevação da concentração de cortisol plasmático, com conseqüente
redução da resposta de estresse anestésico. A sedação dos animais após a anestesia, com α2 -
agonistas melhorou a qualidade de recuperação anestésica.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/avs.v3i1.3762