O sumo bem e o campo suprassensível nos limites da finitude humana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/sk.v23i1.96055

Palavras-chave:

sumo bem, finitude humana, primado da razão prática, postulados, necessidade subjetiva.

Resumo

A separação entre um bem estritamente moral e a felicidade — Analítica de KpV — é, entre intérpretes, fonte constante de objeções à Dialética e à (re)ligação desses conceitos, caracterizada como sumo bem. Assim, conforme diagnostica Hamm (2011), fomentou-se ora reprovação ora negligência acerca do papel do sumo bem na moral kantiana. Enfatizando argumentos da Dialética, intencionamos apresentar a coerência desse conceito (em resposta a Beck, 1960) e situá-lo fora da dimensão da motivação (em resposta a Guyer, 2000). Em suma, defenderemos que o sumo bem é um problema colocado por nossa finitude humana, cuja resposta exige a ocupação de campo do suprassensível que escapa à determinação tanto da razão especulativa quanto da lei moral. Sendo assim, podemos investigar em que medida o primado e os postulados da razão prática, articulando a ordem do ser segundo a demanda da ordem do dever, justificam ou não tal ocupação.

Biografia do Autor

Paulo Borges de Santana Junior, Universidade Estadual do Paraná (Unespar- Campus União da Vitória)

Professor do curso de Filosofia da Universidade Estadual do Paraná (Unespar-União da Vitória). Doutor em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/USP, 2022), tese realizada junto com um estágio de pesquisa no exterior, vinculado ao grupo NoSoPhi da Universidade Paris I (Panthéon-Sorbonne, ano letivo 2018-19). Mestre em filosofia (FFLCH/USP, 2015);  Bacharel e licenciado em filosofia (FFLCH/USP, 2011-2012).

Referências

AMERIKS, K. Kant and the Fate of Autonomy. Cambrigde: Cambridge University Press, 2000.

BECK, L. W. A commentary on Kant’s Critique of Practical Reason. Chicago: Uni. Chicago, 1960.

DELBOS, V. La philosophie pratique de Kant. Paris, Félix Alcan, 1905.

GUYER, P. Kant on Freedom, Law, and Happiness. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

HAMM, C. O lugar sistemático do sumo bem. In: Studia Kantiana, v. 9, n. 11, p. 41-55, 2011.

HAMM, C. Zu den Bedürfnissen theoretischer und praktischer Vernunft. In. Voluntas, v. 11. n. 1, p. 164-172, 2020.

KANT, I. A religião nos limites da simples razão. Trad. A. Morão. Lisboa: Edições 70, 2000.

KANT, I. Crítica da faculdade de julgar. Trad. F. Mattos. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Ed. Univ. São Francisco, 2016.

KANT, I. Crítica da Razão Prática. Trad. M. Hulshof. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Ed. Univ. São Francisco, 2016.

KANT, I. Crítica da Razão Pura. Trad. F. Mattos. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Ed. Univ. São Francisco, 2015.

KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. Guido Almeida. São Paulo: Discurso Editorial e Ed. Barcarolla, 2009.

KANT, I. Gesammelte Schriften, hrsg von der Königlich Preussischen der Wissenschaften, Belin: Walter de Gruyter, 1902-.

KANT, I. Lógica. Trad. Guido de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1992.

KANT, I. Que significa orientar-se no pensamento. In: KANT, Textos seletos. Trad. R. Vier e F. Sousa Fernandes. Petrópolis: Ed. Vozes, 1985.

KANT, I. Sobre a expressão corrente: Isto pode ser correto na teoria, mas nada vale na prática. Trad. A. Morão. In: KANT, I. A paz perpétua e outros opúsculos. Lisboa: Edições 70, 2004.

KRÄMLING, G. Das höchste Gut als mögliche Welt. Zum Zusammenhang von Kulturphilosophie und systematischer Architektonik bei I. Kant. In: Kant-Studien, v. 77, p. 273-288, 1986.

KRIJNEN, C. Kants “Kategorien der Feiheit“ und das Problem der Einheit der Vernunft. In ZIMMERMANN (org). Die “Kategorien der Freiheit“ in Kants praktischer Philosophie. Berlin/Boston: De Gruyter, p. 309-332, 2016.

SILBER, J. The Importance of The Highest Good in Kant’s Ethics. In: Ethics, v. 73, n. 3, p. 179-197, 1963.

Downloads

Publicado

2025-04-30 — Atualizado em 2025-05-02

Versões

Como Citar

de Santana Junior, P. B. (2025). O sumo bem e o campo suprassensível nos limites da finitude humana . Studia Kantiana, 23(1), 47–59. https://doi.org/10.5380/sk.v23i1.96055 (Original work published 30º de abril de 2025)

Edição

Seção

Artigos