A tese da analiticidade na Fundamentação da Metafísica dos Costumes
DOI :
https://doi.org/10.5380/sk.v18i1.89990Mots-clés :
Liberdade, moralidade, analiticidade, reciprocidade, FundamentaçãoRésumé
Na terceira seção da Fundamentação da metafísica dos costumes, Kant afirma que "uma vontade livre e uma vontade sob leis morais são uma e a mesma coisa" (4: 447). Difundida na literatura como tese da reciprocidade, o sentido dessa afirmação depende da caracterização da Einerleiheit a que se refere Kant. A questão é determinar se o adjetivo einerlei designa uma identidade entre o conceito de vontade livre e o conceito de vontade sob leis morais ou, mais que isso, uma mesmidade. A partir da compreensão do exato sentido da noção de liberdade, que aparece sob diversas acepções na Fundamentação, e do exato sentido da expressão "sob leis morais", que é representada, de modo sintético, como imperativo categórico pelos seres racionais imperfeitos, sustentamos que, no contexto argumentativo em que é enunciada, a tese de Kant se refere a uma relação de analiticidade entre liberdade e moralidade restrita aos seres racionais perfeitos.
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