O sumo bem e o campo suprassensível nos limites da finitude humana
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v23i1.96055Palavras-chave:
sumo bem, finitude humana, primado da razão prática, postulados, necessidade subjetiva.Resumo
A separação entre um bem estritamente moral e a felicidade — Analítica de KpV — é, entre intérpretes, fonte constante de objeções à Dialética e à (re)ligação desses conceitos, caracterizada como sumo bem. Assim, conforme diagnostica Hamm (2011), fomentou-se ora reprovação ora negligência acerca do papel do sumo bem na moral kantiana. Enfatizando argumentos da Dialética, intencionamos apresentar a coerência desse conceito (em resposta a Beck, 1960) e situá-lo fora da dimensão da motivação (em resposta a Guyer, 2000). Em suma, defenderemos que o sumo bem é um problema colocado por nossa finitude humana, cuja resposta exige a ocupação de campo do suprassensível que escapa à determinação tanto da razão especulativa quanto da lei moral. Sendo assim, podemos investigar em que medida o primado e os postulados da razão prática, articulando a ordem do ser segundo a demanda da ordem do dever, justificam ou não tal ocupação.
Referências
AMERIKS, K. Kant and the Fate of Autonomy. Cambrigde: Cambridge University Press, 2000.
BECK, L. W. A commentary on Kant’s Critique of Practical Reason. Chicago: Uni. Chicago, 1960.
DELBOS, V. La philosophie pratique de Kant. Paris, Félix Alcan, 1905.
GUYER, P. Kant on Freedom, Law, and Happiness. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
HAMM, C. O lugar sistemático do sumo bem. In: Studia Kantiana, v. 9, n. 11, p. 41-55, 2011.
HAMM, C. Zu den Bedürfnissen theoretischer und praktischer Vernunft. In. Voluntas, v. 11. n. 1, p. 164-172, 2020.
KANT, I. A religião nos limites da simples razão. Trad. A. Morão. Lisboa: Edições 70, 2000.
KANT, I. Crítica da faculdade de julgar. Trad. F. Mattos. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Ed. Univ. São Francisco, 2016.
KANT, I. Crítica da Razão Prática. Trad. M. Hulshof. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Ed. Univ. São Francisco, 2016.
KANT, I. Crítica da Razão Pura. Trad. F. Mattos. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Ed. Univ. São Francisco, 2015.
KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. Guido Almeida. São Paulo: Discurso Editorial e Ed. Barcarolla, 2009.
KANT, I. Gesammelte Schriften, hrsg von der Königlich Preussischen der Wissenschaften, Belin: Walter de Gruyter, 1902-.
KANT, I. Lógica. Trad. Guido de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1992.
KANT, I. Que significa orientar-se no pensamento. In: KANT, Textos seletos. Trad. R. Vier e F. Sousa Fernandes. Petrópolis: Ed. Vozes, 1985.
KANT, I. Sobre a expressão corrente: Isto pode ser correto na teoria, mas nada vale na prática. Trad. A. Morão. In: KANT, I. A paz perpétua e outros opúsculos. Lisboa: Edições 70, 2004.
KRÄMLING, G. Das höchste Gut als mögliche Welt. Zum Zusammenhang von Kulturphilosophie und systematischer Architektonik bei I. Kant. In: Kant-Studien, v. 77, p. 273-288, 1986.
KRIJNEN, C. Kants “Kategorien der Feiheit“ und das Problem der Einheit der Vernunft. In ZIMMERMANN (org). Die “Kategorien der Freiheit“ in Kants praktischer Philosophie. Berlin/Boston: De Gruyter, p. 309-332, 2016.
SILBER, J. The Importance of The Highest Good in Kant’s Ethics. In: Ethics, v. 73, n. 3, p. 179-197, 1963.
Downloads
Publicado
Versões
- 2025-05-02 (3)
- 2025-05-02 (2)
- 2025-04-30 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Paulo Borges de Santana Junior

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores retêm os direitos autorais (copyright) de suas obras e concedem à revista Studia Kantiana o direito de primeira publicação.
Autores cedem o direito aos editores de vincular seus artigos em futuras bases de dados.
Todo o conteúdo desta revista está licenciado sob a Licença Internacional Creative Commons 4.0 (CC BY 4.0)

