Sobre as antecipações da percepção
DOI:
https://doi.org/10.5380/sk.v10i12.88795Abstract
Neste trabalho, examinam-se alguns aspectos da seção "As Antecipações da Percepção", da Crítica da razão pura, apontando certas dificuldades nela presentes e buscando uma compreensão satisfatória da mesma. O próprio Kant admite que a concepção de uma antecipação da percepção é algo chocante para alguém habituado a reflexão transcendental. Procura-se, então, determinar inicialmente do que precisamente se pode antecipar. Trata-se não da sensação propriamente, mas da percepção, que é produto de uma síntese da apreensão. Esta apreende somente uma unidade, não mediante a ligação sucessiva de partes, mas de modo instantãneo, constituindo uma grandeza intensiva. Aponta-se a dificuldade de conciliar tal unidade com a propriedade das grandezas em geral, a continuidade. Tenta-se resolver a dificuldade pela consideração do que seja o múltiplo unido nessa síntese, procurando identificar-lhe os componentes. Um destes é a sensação e os outros candidatos são ou o nada = 0 ou a intuição pura ou a consciência pura. As dificuldades encontradas nesse ensaio levam a sugerir que aquilo de que há antecipação não seria a sensação enquanto tal, mas sim a sensação em geral, que é uma representação conceitual e empírica. Observa-se que a compreensão deste conceito parece conter apenas um ser, mas não um grau, ou gradação contínua, como pretende Kant.
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Copyright (c) 1969 Edgard José Jorge Filho

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