A questão racial no trabalhismo varguista: apontamentos para compreensão da integração do negro no trabalho
DOI:
https://doi.org/10.5380/sclplr.v9i1.89602Palavras-chave:
Política trabalhista, Questão racial, Eugenia, Getúlio VargasResumo
A pesquisa se caracteriza por uma pesquisa qualitativa, bibliográfica, exploratória, conforme as características elencadas por Gil (2010). Foram utilizados os discursos e diários do ex-presidente Getúlio Vargas disponíveis no site da Biblioteca da Presidência, datados do período de 1930 a 1945 como fonte primária para coleta de dados. Os dados coletados foram interpretados à luz dos estudos de Mota (2003), Gomes (2005), Pandolfi (1999), Skidmore (1976) e Cunha (1999). A hipótese verificada é de que Getúlio Vargas objetivava descontextualizar a imagem do negro que até então estava diretamente vinculada ao trabalho manual, não qualificado e na marginalização social. Esta imagem atrelada a este discurso de marginalidade e desqualificação social não interessava ao Estado Novo, uma vez que a chave para o progresso estava assentada na valorização do homem, do trabalhador brasileiro e suas virtudes como pilar de sustentação do trabalhismo. Esta abordagem impede que se compreenda a complexidade das relações étnico-raciais e sociais em uma sociedade de classes. O discurso de Vargas se apresenta na tentativa de ressignificar os sentidos pejorativos os quais a imagem do negro era atribuída, colocando em prática o projeto trabalhista e nacionalista do Estado Novo, a criação de uma nova unidade étnico-racial revalidada e parte de uma única raça: a raça brasileira. É possível que o caráter populista e a política nacionalista de Getúlio Vargas se caracterizaram por uma abordagem totalizante e integralizada diante dos antagonismos e conflitos sociais. Utilizando-se dos conceitos anteriormente citados para discutir quais foram os processos e elementos narrativos e discursivos utilizados pelos agentes políticos da época, buscou-se compreender para além do discurso “oficial” do regime varguista que idealizam o “trabalhador nacional” enquanto rótulo genérico e atravessado pela mestiçagem, oportunizando uma perda da dimensão étnico- racial dos/as sujeitos que viveram o período.
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