A luta pela afirmação política das frações de classe economicamente dominantes: um estudo sobre a Associação Comercial do Paraná e seus presidentes de 1890 a 1946
DOI:
https://doi.org/10.5380/sclplr.v9i1.89598Palavras-chave:
Classe dominante, empresariado, Paraná, Associação Comercial do Paraná.Resumo
O estudo da relação entre o poder político e o poder econômico é central para análises críticas que se debruçam sobre o capitalismo e seu desenvolvimento. Temos como contexto a sociedade paranaense no período de Revolução Burguesa, atravessada pela afirmação política da nova classe dominante em ascensão: a burguesia ervateira e madeireira, ambas economias que se desenvolveram através da indústria. O foco deste trabalho refere-se à atuação política e econômica da Associação Comercial do Paraná. Entendemos que tal entidade procura representar os interesses das frações de classe economicamente dominantes no Paraná entre a sua fundação, em 1889, sob a presidência de Ildefonso Pereira Correia, até 1946, quando se encerra a segunda gestão de Rivadávia Fonseca de Macedo. Esta periodização contempla a representação de classe da entidade durante os primeiros anos da Primeira República e se estende até o Governo Provisório de Getúlio Vargas. Fundamentamos nossas reflexões sobre a Associação Comercial do Paraná associadas à análise da representação de interesses de determinadas frações de classe dominante e a organização social e política delas, tendo em vista a relação entre as esferas política e econômica. Entendemos que a classe economicamente dominante no Paraná no período analisado era fracionada entre a burguesia industrial ervateira e madeireira, frações que aspiravam a uma maior dominação política e consolidavam a organização própria de classe, colocando os seus interesses como interesses gerais. Demonstraremos, a partir da análise prosopográfica e genealógica dos presidentes da Associação Comercial do Paraná, a relação entre a histórica influência econômica e política que as famílias desses agentes exerciam, tendo a conjuntura que antecedeu a Revolução de 1930 como um ponto de inflexão para a sua atuação, e entendendo tal afirmação burguesa dentro da lógica da “modernização conservadora”, na qual não há a ideia de transformação radical, e sim a de metamorfose, preservando aspectos do passado.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Attribution-Non Commercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0)
You are free to:
Share— copy and redistribute the material in any medium or format and
Adapt— remix, transform, and build upon the material.
Under the following terms:
Attribution — You must give appropriate credit, provide a link to the license, and indicate if changes were made. You may do so in any reasonable manner, but not in any way that suggests the licensor endorses you or your use.
Non Commercial — You may not use the material for commercial purposes.
No additional restrictions — You may not apply legal terms or technological measures that legally restrict others from doing anything the license permits.