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As afinidades eletivas entre Walter Benjamin e Franz Kafka: investigações sobre o messianismo judaico, a tradição doente e o declínio da experiência

Flávio Borges Faria

Resumo


Este trabalho recuperou a recepção de Walter Benjamin em relação à obra de Franz Kafka. Observamos o pequeno conjunto de textos deixados por Benjamin sobre Kafka, principalmente o ensaio Franz Kafka (2012a [1934]). Analisamos também as discussões travadas com o amigo e teólogo Gershom Scholem nas correspondências entre 1933 e 1940. Procuramos interpretar como Benjamin mergulhou na obra de Kafka no sentido de cunhar uma interpretação para o mundo moderno e o autoritarismo crescente à época. Esse tópico pode ser sintetizado pelas noções de tradição doente, rememoração e esquecimento. A doença da tradição está articulada ao contexto de assimilação judaica, cujo problema está nas novas formas de lidar com a tradição cindida, e a crítica à noção de progresso histórico. As narrativas kafkianas, para Benjamin, contrapõem o mundo pré-capitalista, berço da tradição, e o mundo moderno, característico pela hipertrofia da técnica. Portanto, procuramos observar o modo como Benjamin interpretou a tradição doente decantada nas obras kafkianas na medida em que articulou a crítica ao progresso histórico e à barbárie.

Palavras-chave


Tradição; Experiência; Judaísmo; Modernidade; Benjamin; Kafka

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/sclplr.v8i2.87016

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