A violência sistêmica e autoexplorativa do empresário de si: o paradoxo da liberdade no ethos neoliberal e o adoecimento psíquico na sociedade do cansaço
Resumo
O ethos neoliberal está presente na economia, nas relações sociais, e também em nosso corpo, nas nossas mentes. Essa maneira de ser que na contemporaneidade deixa de ser repressiva e torna-se produtiva, nos afeta e nos constitui. Nesse contexto o presente estudo pretende estabelecer aproximações sobre as exigências laborais na contemporaneidade e o adoecimento psíquico. Para alcançar esse objetivo será elaborado um ensaio teórico com base no pensamento do filósofo Michel Foucault e seus desdobramentos contemporâneos. Como procedimento metodológico utilizou-se a revisão de literatura, buscando dar notícia de como constituímos a maneira de ser (ethos) em uma organização social que privilegia vertentes de mercado (neoliberal) pela produção de novos corpos dóceis autoexplorativos (empresariamento de si). Esse delineamento leva a uma hipótese de liberdade como objeto de consumo (paradoxo), a desconsideração dos padrões condicionantes da ação humana (violência sistêmica) que podem estabelecer bases para o adoecimento psíquico através do esgotamento e exaustão dos trabalhadores em uma sociedade que exige desempenho constante.
Palavras-chave
Foucault; Violência sistêmica; Trabalho; Corpos dóceis; Exaustão.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/sclplr.v5i1.68217
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