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CORPOS ATLETAS: DOPING E POLÍTICAS DA AGÊNCIA MUNDIAL ANTIDOPING (WADA-AMA)

Viviane Teixeira Silveira

Resumo


Neste artigo nosso objetivo é, fundamentalmente, apresentar a estrutura organizacional de uma agência que promove, coordena e monitora a luta contra o doping no esporte mundial – a Agência Mundial Antidoping. Nossa intenção foi utilizar os conceitos de biopolítica e de governamentalidade para pensar as políticas transnacionais de doping que visam governar corpos dopados e não-dopados. Traçamos nossa reflexão a partir da análise dos testes “fora de competição”. O funcionamento, a estrutura e as políticas da WADA são aqui analisados como dispositivos biopolíticos que operam fundamentalmente no policiamento dos corpos atléticos. Os estudos de governamentalidade de Michel Foucault auxiliam no sentido de pensar a WADA como instituição transnacional com suas práticas de regulamentação que formalizam as políticas antidoping em todos os países. A partir de todo conjunto de políticas antidoping proposto pela WADA, sugerimos que ela constrói uma cultura de vigilância sobre o corpo atleta, produzindo uma disciplina e uma regulação das condutas dos corpos atléticos. A WADA não se limita a operar para detectar quem está dopado e quem não está por meio da realização de testes de drogas e penalizar os atletas que se supõe terem consumido substâncias proibidas. Pelo contrário, as tentativas da WADA são para governar práticas de dopagem por meio da administração de uma série de programas e a implantação de mecanismos disciplinares e biopolíticos. A WADA constrói uma cultura de vigilância sobre o corpo atleta, não somente um disciplinamento dos corpos atléticos, mas também um governamento sobre a saúde e o desempenho tanto dos atletas de alto rendimento, como também expandindo suas ideias de esporte e saúde para toda população, posto que o corpo atleta é considerado como a norma do corpo saudável, padrão a ser seguido, guardadas as proporções, por toda a população. Nesse sentido o antidoping é tomado aqui como uma tecnologia fundamental de governamento dos corpos atletas, de como os seus efeitos se refletem na produção de corpos sadios, em uma ligação entre esporte e saúde.

Palavras-chave


Antidoping; WADA; Biopolítica; Governamentalidade

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/sclplr.v2i2e.64812

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