A EMERGÊNCIA DA QUESTÃO SOCIAL NOS PLANOS DIRETORES DA SUDENE (1959-1964)
Resumo
O objetivo desse trabalho é apresentar como a questão social emergiu no repertório da SUDENE, nos anos 1959-1964. Esse avanço apresentou uma importante inovação na compreensão do subdesenvolvimento e na proposição de alternativas para o desenvolvimento do Nordeste pela SUDENE. Nos anos 1950, as políticas desenvolvimentistas balizaram as suas medidas para superação do subdesenvolvimento pela via do crescimento econômico, ou seja, através da implantação de indústrias. A emergência da questão social trabalhada pelo Segundo Plano Diretor da SUDENE marcou uma inflexão nas políticas desenvolvimentistas produzidas até aquele momento. Nesse sentido, apontamos que o desenvolvimento do “fator humano”, compreendido como ampliação da educação e treinamento de mão de obra foi reposicionado, transitou da posição marginalizada no Primeiro Plano Diretor da SUDENE para emergente no Segundo Plano Diretor dessa instituição. Portanto, a questão social emergiu nas diretrizes do Segundo Plano Diretor da SUDENE como alternativa para a saída do subdesenvolvimento e obedeceu a alguns movimentos que podem ser verificados nos documentos produzidos por essa instituição, durante o período de 1959-64, permitindo que sejam divididos em três movimentos: 1) diagnóstico e proposição de uma Política para o Nordeste, apresentada pelo documento Uma política de desenvolvimento para o Nordeste, do GTDN; 2) aprovação do Primeiro Plano Diretor, que produziu uma política de desenvolvimento pautada pelos setores de infraestrutura (energia e transportes) e da indústria; 3) a queda de braço entre Furtado e o Conselho Deliberativo da SUDENE pela aprovação do Segundo Plano Diretor balizado pelas diretrizes de desenvolvimento do fator humano (educação), como eixo fundamental para o desenvolvimento da região Nordeste.
Palavras-chave
SUDENE; Subdesenvolvimento; Plano Diretor
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/sclplr.v2i2e.64802
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