“AQUI NA VILA É MAIS MASSA, NO CENTRO SÓ TEM BOY”: EXPERIÊNCIA SOCIAL E PERTENCIMENTO ENTRE JOVENS DO PARQUE SÃO JOÃO – PARANAGUÁ/PR
DOI:
https://doi.org/10.5380/sclplr.v0i1.64793Palavras-chave:
Periferia, Juventude, EstigmaResumo
O artigo analisa as relações estabelecidas por um grupo de jovens moradores do Parque São João - periferia da cidade de Paranaguá – PR - (autodenominados “vida louca”) e jovens moradores do centro da cidade (denominados “playboys”). Da conflitividade dessa relação surgem elementos que encaminham para uma identidade juvenil pautada no pertencimento local. No primeiro momento da pesquisa, utilizando-se de entrevistas semiestruturadas, identifica-se que os jovens, por meio de discursos que reforçam a positividade do bairro, transformam a periferia genérica em “minha vila”, categoria nativa muito próxima à noção de pedaço, desenvolvida por Magnani (2005) e, em oposição, “demonizam” os moradores do centro, imputando-lhes as responsabilidades pelas dificuldades de viver na periferia. No segundo momento da pesquisa, por meio de observação direta em campo, revelaram-se questões ligadas ao convívio com as drogas; relação entre o lícito e o ilícito; experiência social marcada pelo estigma de ser jovem pobre e morador de periferia. O resultado da investigação revela que, por não dominarem os códigos de conduta dos “playboys”, os jovens se mantêm mais restritos ao bairro e, apenas ocasionalmente, o lazer se estende a espaços fora da “vila”.
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