O que pode o corpo nas utopias e distopias: figurações do pós-humano na ficção científica
Resumo
Em um momento em que as narrativas distópicas parecem extrapolar suas fronteiras ficcionais, as utopias se fazem cada vez mais necessárias. Mas o que utopias e distopias têm a nos dizer sobre os corpos que (re)produzem, especialmente a partir do viés da relação entre o corpo e a tecnologia, tão intrínseca à atual existência humana? Seriam estas narrativas premonitórias da manipulação genética, da interferência farmacológica e dos procedimentos estéticos, ou apenas um meio de expor as transformações pelas quais a humanidade vem passando ao longo dos últimos anos? Até onde o ser humano continua a ser humano e até onde a sua natureza pode ser alterada a partir das suas mutações? As fronteiras entre o humano e o pós-humano, entrecruzadas pela figura do ciborgue, são constantemente exploradas nas narrativas de ficção, principalmente nas obras de ficção científica. Partindo desta e de outras figurações do pós-humano, a exemplo das inteligências artificiais, dos androides e de humanos conectados ao ciberespaço, este ensaio tem como objetivo levantar questões a partir dos corpos possíveis nas/das utopias e distopias, dialogando com uma série de referências intermidiáticas, dando destaque aos corpos pós-humanos das narrativas de ficção científica e às questões ontológicas vinculadas a eles.
Palavras-chave
Corpo; Pós-humano; Utopia; Distopia
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/rvx.v17i4.87109