O Doador de memórias: do papel à tela e da harmonia ao pesadelo
DOI:
https://doi.org/10.5380/rvx.v17i4.87006Palavras-chave:
Adaptação, Memória, Utopia, DistopiaResumo
O objetivo do artigo é pensar a relação intermidiática (adaptação) entre o livro e o filme O doador de memórias. Tal reflexão se embasa em estudiosos de literatura e cinema, e em teóricos da memória (individual, social, coletiva). Nas narrativas literária e cinematográfica, acompanha-se o drama de Jonas da véspera da Cerimônia de Doze ao seu treinamento como Recebedor de Memória. Essa rara função social, diferentemente das demais, prevê dores diversas e intensas, assim como a experimentação de sentimentos variados, devido à vivência com lembranças e memórias interditadas ao restante da comunidade do vilarejo-cidade, onde a organização espacial atrela-se ao controle biopolítico da pequena população, ao bem-estar coletivo e as ações sociais são direcionadas pelo Comitê de Anciãos. Por meio da comparação entre as obras, observa-se elementos de uma sociedade melhorada, utópica, entremeados a elementos distópicos, com ampla interdição de saberes e conhecimentos que abalam verdades estabelecidas. Ocorre a desestabilização da subjetividade do protagonista, o escolhido para novo Guardião, no aprendizado junto ao Recebedor de Memória oficial, o Ancião Doador, e uma ruptura da identidade dele com a ordem social vigente, havendo a fratura do ideal utópico e a vivência de um pesadelo distópico.
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