O Doador de memórias: do papel à tela e da harmonia ao pesadelo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/rvx.v17i4.87006

Palavras-chave:

Adaptação, Memória, Utopia, Distopia

Resumo

O objetivo do artigo é pensar a relação intermidiática (adaptação) entre o livro e o filme O doador de memórias. Tal reflexão se embasa em estudiosos de literatura e cinema, e em teóricos da memória (individual, social, coletiva). Nas narrativas literária e cinematográfica, acompanha-se o drama de Jonas da véspera da Cerimônia de Doze ao seu treinamento como Recebedor de Memória. Essa rara função social, diferentemente das demais, prevê dores diversas e intensas, assim como a experimentação de sentimentos variados, devido à vivência com lembranças e memórias interditadas ao restante da comunidade do vilarejo-cidade, onde a organização espacial atrela-se ao controle biopolítico da pequena população, ao bem-estar coletivo e as ações sociais são direcionadas pelo Comitê de Anciãos. Por meio da comparação entre as obras, observa-se elementos de uma sociedade melhorada, utópica, entremeados a elementos distópicos, com ampla interdição de saberes e conhecimentos que abalam verdades estabelecidas. Ocorre a desestabilização da subjetividade do protagonista, o escolhido para novo Guardião, no aprendizado junto ao Recebedor de Memória oficial, o Ancião Doador, e uma ruptura da identidade dele com a ordem social vigente, havendo a fratura do ideal utópico e a vivência de um pesadelo distópico.

Biografia do Autor

Léa Evangelista Persicano, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, Minas Gerais

Doutoranda em Estudos Literários pela Universidade Federal de Uberlândia, Bolsita CAPES, Membro do Grupo de Pesquisas em Espacialidades Artísticas (GPEA).

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Publicado

2022-12-21

Como Citar

Persicano, L. E. (2022). O Doador de memórias: do papel à tela e da harmonia ao pesadelo. Revista X, 17(4), 1292–1309. https://doi.org/10.5380/rvx.v17i4.87006