Repensando os sistemas de conhecimento para a resiliência urbana: Contribuições feministas e decoloniais para transformações justas
DOI:
https://doi.org/10.5380/rvx.v17i1.84394Palavras-chave:
Política do conhecimento, Resiliência urbana, Teoria feminista, Teoria decolonial.Resumo
O trabalho de planejamento da resiliência urbana reconhece a importância da diversidade de conhecimentos para entender e agir sobre a mudança climática, mas fica aquém de se situar adequadamente dentro de processos históricos contínuos que dão forma a campos urbanos irregulares nos quais o planejamento acontece. Este trabalho usa insights das políticas feministas e decoloniais de conhecimento ambiental a fim de desafiar a análise dos sistemas de conhecimento para questionar e alterar explicitamente as estruturas de poder na elaboração do conhecimento ambiental nas cidades norte-americanas. Se a análise dos sistemas de conhecimento pode investigar e intervir nas estruturas de governança através das quais as decisões ambientais e a elaboração de políticas ambientais acontecem, isso exige uma reflexão sobre os compromissos ontológicos, epistemológicos e éticos (ou "pontos de partida"), pois estes carregam um peso material e discursivo: eles abrem e fecham as portas para a prática da resiliência. Dado o crescente reconhecimento de que a resiliência urbana precisa considerar as questões de justiça e equidade, neste artigo utilizamos ideias das teorias feminista e decolonial que têm se centrado nesses temas por décadas e que oferecem “pontos de partida” para repensar os sistemas de conhecimento para a resiliência. Entendendo a urbanização como processo-chave na expansão de relações fundamentais para a produção de mudanças climáticas antropocêntricas, argumentamos que mudar essas relações é crucial para que o planejamento da resiliência urbana contribua para futuros urbanos alternativos e socialmente justos. Contra as tendências de despolitização que o trabalho orientado a soluções pode às vezes exibir, as perspectivas feministas e decoloniais localizam as práticas de produção de conhecimento diretamente dentro das lutas pela justiça social na cidade. Propomos três estratégias para aqueles que trabalham em sistemas de conhecimento para a resiliência a fim de fazer avançar sua prática: focar na justiça e na transgressão, praticar a pesquisa reflexiva e pensar historicamente. Em última análise, este artigo mostra que levar a sério as ciências sociais críticas promove ideias fundamentalmente novas sobre o que as transições para a resiliência urbana podem significar.
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