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Pensamento Feminista Latino-Americano: Reflexões sobre a colonialidade do saber/poder e da sexualidade

Gabriela Bard Wigdor, Gabriela Artazo, Mariana Soares Nascimento

Resumo


Para serem reconhecidos e reconstruírem uma visão de mundo própria, os movimentos feministas latino-americanos tiveram que assumir sua genealogia, fruto da colonialidade, e lutar contra ela. A resistência ao genocídio indígena e à escravidão, à violência sexual da colonização, à negação da própria cultura, bem como à inferiorização de suas capacidades de conhecimento e miscigenação compulsiva, tornaram-se eixos de reflexão e organização. Mesmo assim, o feminismo latino-americano deve ser reconhecido em uma posição subalterna no que se refere aos movimentos feministas europeus e norte-americanos, mas também dentro do próprio pensamento latino-americano, que sistematicamente ignorou e tornou invisíveis as epistemologias do feminismo e suas contribuições à teoria crítica. Este artigo visa contribuir para a reconstrução dos alicerces fundamentais para o feminismo na região, e, também desenvolver ferramentas teóricas que deem conta dos processos de subalternidade das mulheres e expressões de gênero não dominantes nos níveis geopolítico, econômico, social e de gênero, para além da narrativa eurocêntrica dominante. Devido a situação em que nós povos latino-americanos nos encontramos, torna-se uma tarefa política e científica urgente fazer parte da recuperação e elaboração de teorias feministas e decolonais que pensem a região.

Palavras-chave


Classe, Colonialidade do Poder; Feminismos Latino-americanos; Raça e Sexualidade

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rvx.v17i1.84389