EXPRESSÃO DE RELIGIOSIDADE POPULAR: OS FESTEJOS EM HONRA A SÃO BENEDITO DE GURUPÁ NO BAIRRO PERPÉTUO SOCORRO, MACAPÁ-AP

Autores

  • Marcos Vinicius Freitas Reis UNIFAP
  • Aldeci da Silva Dias UNIFAP

DOI:

https://doi.org/10.5380/rt.v11i1.86623

Palavras-chave:

Religiosidade Popular, Bairro Perpétuo Socorro, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, São Benedito de Gurupá

Resumo

O objeto desta pesquisa é estudar a religiosidade popular específica do bairro Perpétuo Socorro, em Macapá, enfatizando suas crenças, representações, práticas religiosas, bem como, a circularidade entre a cultura das classes dominantes e a cultura das classes subalternas. O que despertou o interesse nessa pesquisa foi o fato de que, apesar de o bairro possuir uma santa oficial da Igreja Católica, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, também há outra devoção igualmente importante, em que ocorre procissão, novena, símbolos e representações, enquadrando-se em ações denominadas de catolicismo popular, isto é, a Festa de São Benedito de Gurupá. Orientados pela ciência etnográfica, combinamos a análise bibliográfica com história oral e nossa vivência nos rituais que participamos. Constatamos que “O Festejo de São Benedito de Gurupá” e “A Festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro” divergem entre si e, simultaneamente, combinam-se para construir um objeto comum: a religiosidade popular, que é o tema central deste trabalho. Demonstramos também que as concepções populares de religião e fé se contrapõem às concepções da oficialidade católica e, por vezes, necessitam tolerar-se para a manutenção de seus poderes simbólicos; embora seja um poder invisível, mas de grande importância social.

Biografia do Autor

Marcos Vinicius Freitas Reis, UNIFAP

Doutor em Sociologia, professor da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP.

Aldeci da Silva Dias, UNIFAP

Possui GRADUAÇÃO e LICENCIATURA EM PEDAGOGIA pela Universidade Federal do Pará (1991) com ESPECIALIZAÇÃO em Orientação Educacional (RJ) e Gestão do Trabalho Pedagógico (Curitiba); CIÊNCIAS JURÍDICAS (DIREITO) pela Universidade Federal do Amapá (2009) com ESPECIALIZAÇÃO em Direito Ambiental; Processo Civil (Facinter/Curitiba); Criminologia e Direito Penal. GRADUAÇÃO E LICENCIATURA E BACHARELADO EM HISTORIA pela Universidade Federal do Amapá (2004), com ESPECIALIZAÇÃO em História do Amapá e Metodologia do Ensino de História (Facinter/Curitiba); OUTRAS ESPECIALIZAÇÕES: Especialista em Ciências da Religião pelo IPAR/Belém, Mídias na Educação (UNIFAP), e em Educação de Jovens e Adultos (PROEJA/IFAP), Gênero e Diversidade na Escola (UNIFAP), é Professor do Curso de Pós-Graduação no Centro Universitário FACINTER, é Membro de Banca de Defesa dos Curso de Pós-Graduação pela mesma Instituição; MESTRE em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Amapá (2011). Aluno do Programa de Mestrado do Ensino de História (PROFHIS)-2020. É Professor da Escola Judiciária do Amapá (EJAP) na Especialização de Direito Penal. Atualmente é aluno pesquisador da Universidade Federal do Amapá, além de ser Parecerista dos Periódicos da Estação Científica da Universidade Federal do Amapá; Professor do Ensino Fundamental do Governo do Estado do Amapá e Prefeitura Municipal de Macapá, Facilitador dos Cursos para os servidores do Estado da Escola de Administração do Amapá (EAP). Membro do Comissariado da Infância e Juventude de Macapá. É Orientador de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Alunos da Graduação do Programa PARFOR. Atua em Educação à Distância (EAD) como Professor Formador. Tem experiência na área de Antropologia, Educação, Direito, História e Religiosidade Popular com ênfase em História Cultural, atuando principalmente nos seguintes temas: Cultura, Educação, Coordenação Pedagógica, Ensino, Religião , Ciências Criminais, Meio Ambiente, Aprendizagem, Educação de Jovens e Adultos, Currículo e Avaliação.Atualmente é aluno do Programa do Mestrado Profissional em História (PROFHIS) com pesquisa em saberes local.

Referências

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DIAS, A. S. Almoço comunitário oferecido gratuitamente por Dona Zuíla a todos os convidados, no dia 26 de dezembro; à direita, “Seu Lamparina”, que além de ser membro da diretoria do festejo, é juiz do mastro e da bandeira. 2002. (Arquivo Pessoal)

DIAS, A. S. Com o aumento do número de participantes, atualmente muitos devotos de São Benedito já ficam pelo lado de fora da Capela. 2002. (Arquivo Pessoal)

DIAS, A. S. Fiéis entrando na Capela, carregando o andor com a imagem de São Benedito após a procissão. 2002. (Arquivo Pessoal)

DIAS, A. S. Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; em 2002, encontra-se em reforma. À frente, o bispo comanda seus fiéis. 2002. (Arquivo Pessoal)

DIAS, A. S. Imagem da capela São Benedito: ao fundo, o padre José Busato, o primeiro sacerdote a celebrar missa nesta capela. 2002. (Arquivo Pessoal)

DIAS, A. S. Na ausência do Bispo e do padre, é a Dona Zuíla quem coordena todos os acontecimentos durante a procissão: cânticos, preces e agradecimentos; uma autêntica mantenedora dos festejos. 2002. (Arquivo Pessoal)

DIAS, A. S. Na mesa, do centro, almoçando com as crianças, o capuchinho Moises, que acompanha as celebrações eucarísticas na capela São Benedito desde o ano de 2001. No entanto, sem a realização de missas. 2002. (Arquivo Pessoal)

DIAS, A. S. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. 2002. (Arquivo Pessoal)

DIAS, A. S. Novenário dirigido por Dona Zuíla. Durante as nove noites de novena (18 a 26 de dezembro de 2002) foi ela que direcionou os eventos na Capela, devido à ausência de Padres. 2002. (Arquivo Pessoal)

DIAS, A. S. Procissão de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro no mês de agosto, onde o Bispo é a presença certa. A quantidade de devotos é bem maior que na procissão de São Benedito. 2002. (Arquivo Pessoal)

DIAS, A. S. Procissão de São Benedito de Gurupá; à frente, crianças com suas vestes brancas. 2002. (Arquivo Pessoal)

DIAS, A. S. Retirada do mastro e da bandeira no dia 26 de dezembro. Momento que simboliza o final da festa. 2002. (Arquivo Pessoal)

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Publicado

2022-07-05

Como Citar

Reis, M. V. F., & Dias, A. da S. (2022). EXPRESSÃO DE RELIGIOSIDADE POPULAR: OS FESTEJOS EM HONRA A SÃO BENEDITO DE GURUPÁ NO BAIRRO PERPÉTUO SOCORRO, MACAPÁ-AP. Revista Relegens Thréskeia, 11(1), 51–76. https://doi.org/10.5380/rt.v11i1.86623

Edição

Seção

Seção Temática