O MAL ESTAR DO SER COMO DESAFIO À ÉTICA E À TEOLOGIA
DOI:
https://doi.org/10.5380/rt.v5i1.44338Palavras-chave:
Mal, ética, responsabilidade, cuidado.Resumo
O problema do mal se apresenta como um grande desafio ao saber humano, principalmente às chamadas ciências do espirito, dada a abrangência de sua manifestação nas diversas dimensões da vida, na complexidade de sua compreensão e nas ameaças ao cuidado do ser. O ser humano está diretamente implicado na questão do mal por ter consciência de si e do outro, por ser capaz de livre escolha e por possuir responsabilidade moral. A busca de compreensão do que seja o mal vem desde a Antiguidade com pensadores da filosofia, teologia e ciência, que em suas obras discutem a questão nas suas dimensões ontológica, metafísica e pragmática. Há outros desdobramentos ainda maiores para a questão do mal, não apenas do mal na Natureza (Phýsis), mas também na natureza específica do humano (antrópos), uma vez que este possui consciência e é por essa que consegue discernir entre bem e mal. O objetivo deste trabalho visa refletir de forma filosófico-teológica sobre o mal como desafio ao cuidado do ser, a partir de pensadores da Antiguidade e da Modernidade. Para o estudo da questão do mal se optou pela análise qualitativa bibliográfica de textos clássicos do pensamento ocidental. Como resultados, espera-se poder apontar reflexivamente para as implicações éticas que envolvem o humano como possível causador e responsável pela ação do mal, quanto ao cuidado do ser, quer do ser da natureza, do ser de si ou do ser do outro, em atitudes de diálogo e respeito às pessoas e culturas. A efetividade da presença do mal no mundo manifesta em todas as formas do descuido, faz-nos pensar no apelo final da oração universal cristã: “Livra-nos do mal” (Mateus, 6,13). Mas, sabemos que o tema do mal não pode jamais ser esgotado, pois ultrapassa a própria capacidade humana na sua total compreensão, uma vez que somos parte de sua realidade.
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